Ribeirinho
* Por Cacá Pereira
Procurei o rio
de minha infância.
Nem uma coisa
nem outra
estavam mais lá
para meu susto e pavor:
procurava ambas.
Me senti morrer!
Enquanto sigo,
o que existe
fica para trás.
Nada posso levar!
Corri a escrever o rio,
cantar e chorar águas passadas,
lembrar cachoeiras e pedras,
curvas, a ponte, a barra.
Ah, meu desaparecido rio!
Do primeiro peixe,
do sumiço da menina
cujo pai enlouqueceu
gritando em suas margens
Rio que transbordou enlameando o mundo,
chuva que inundou a minha vida para sempre
de espanto e alegria.
Devo àquele rio o que aprendi
- sei agora -
a mergulhar fundo
no poço mais fundo
de minha memória.
* Poeta
* Por Cacá Pereira
Procurei o rio
de minha infância.
Nem uma coisa
nem outra
estavam mais lá
para meu susto e pavor:
procurava ambas.
Me senti morrer!
Enquanto sigo,
o que existe
fica para trás.
Nada posso levar!
Corri a escrever o rio,
cantar e chorar águas passadas,
lembrar cachoeiras e pedras,
curvas, a ponte, a barra.
Ah, meu desaparecido rio!
Do primeiro peixe,
do sumiço da menina
cujo pai enlouqueceu
gritando em suas margens
Rio que transbordou enlameando o mundo,
chuva que inundou a minha vida para sempre
de espanto e alegria.
Devo àquele rio o que aprendi
- sei agora -
a mergulhar fundo
no poço mais fundo
de minha memória.
* Poeta
Bela analogia entre a vida e o rio. Vamos envelhecendo e ficando menos bonitos, e o rio vai correndo e se poluindo, ficando a cada dia mais esgoto e menos rio. Muito bem!
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