Por que não sonhar?
Caríssimo companheiro, que nos acompanha nessa nossa jornada literária de todos os dias, boa tarde. Começamos com garra nova semana e setembro se esgota sem que sequer pudéssemos percebê-lo. Num piscar de olhos, estaremos no Natal e concluindo outro ano de lutas, vitórias, sucessos e fracassos. Assim é a vida.
Em mais duas semanas, conheceremos mais um ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Ao que me consta (tomara que esteja enganado), nenhum brasileiro foi apresentado por qualquer organização cultural como candidato à premiação.
Embora seja impossível fazer alguma previsão. com razoável margem de chance de acerto (a cabeça dos julgadores da Academia de Ciências de Estocolmo é sempre uma impenetrável “caixinha de surpresas”), se tivesse que apostar em algum nome, apostaria no norte-americano Philip Roth, que já ganhou dois Pulitzers, o que não é pouca coisa.
Vai ganhar? Não sei. Só sei que o premiado, além do prestígio e ampla divulgação que terá, vai embolsar uma grana considerável. Por baixo, por baixo, sua conta bancária será engordada em pelo menos um milhão e duzentos mil dólares. Nada mau, não é mesmo, querido leitor?
Como sou um incorrigível sonhador (e sonhar ainda não paga imposto), fico me imaginando indo no final de algum ano (nem me perguntem qual) a Estocolmo (a entrega do Nobel ocorre, sempre, entre 4 e 8 de dezembro, na capital sueca), para embolsar essa bolada.
Responda, sem pestanejar: o que você faria com essa dinheirama toda? Ah, quer saber o que “eu faria”? Nessa você não me pega. Tenho tudo planejadinho, tim-tim por tim-tim, nos mínimos detalhes. Digamos, para arredondar, que a quantidade de doletas fosse de um milhão e quinhentas mil (até pode ser, quem sabe).
Dividiria essa grana por cinco. Quinhentas milhas ficariam para cada um dos meus quatro filhos, para arrumarem de vez suas vidas. As outras quinhentas mil iriam para o bolso deste Editor maluco, que não pára de sonhar (ninguém é de ferro!).
Com essa grana toda, não precisaria nunca mais me preocupar com o feijão e o arroz de amanhã. Iria ao mapa do Nordeste, escolheria uma cidadezinha praiana, dessas de dez mil habitantes ou menos, mas com belas praias desertas, e me dedicaria, da manhã até a noite, sete dias por semana, doze meses por ano, até o dia de me despedir do mundo, a curtir e a fazer Literatura.
Iria me lixar, claro, se meus livros não estivessem sendo adquiridos aos borbotões ou se estivessem encalhando nas prateleiras das livrarias. Não daria a mínima para a opinião dos críticos sobre o meu estilo de escrever. Só pensaria, claro, em você, caro leitor, a razão de ser de malucos como eu, apaixonados pelas letras. Como se vê, já está tudo muito bem planejado, nos menores pormenores (que estranha essa minha construção!).
Faltam, porém, alguns (pequenos?) detalhes: falta, por exemplo, alguma organização cultural de prestígio apresentar minha candidatura. Falta os vetustos jurados suecos apaixonarem-se pelos meus livros. E falta, afinal, meu nome ser anunciado – com pompa, circunstância e muita solenidade – para surpresa e pasmo do mundo, como o grande premiado do Nobel. Mas só falta isso! No mais...
Boa leitura.
O Editor.
Caríssimo companheiro, que nos acompanha nessa nossa jornada literária de todos os dias, boa tarde. Começamos com garra nova semana e setembro se esgota sem que sequer pudéssemos percebê-lo. Num piscar de olhos, estaremos no Natal e concluindo outro ano de lutas, vitórias, sucessos e fracassos. Assim é a vida.
Em mais duas semanas, conheceremos mais um ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Ao que me consta (tomara que esteja enganado), nenhum brasileiro foi apresentado por qualquer organização cultural como candidato à premiação.
Embora seja impossível fazer alguma previsão. com razoável margem de chance de acerto (a cabeça dos julgadores da Academia de Ciências de Estocolmo é sempre uma impenetrável “caixinha de surpresas”), se tivesse que apostar em algum nome, apostaria no norte-americano Philip Roth, que já ganhou dois Pulitzers, o que não é pouca coisa.
Vai ganhar? Não sei. Só sei que o premiado, além do prestígio e ampla divulgação que terá, vai embolsar uma grana considerável. Por baixo, por baixo, sua conta bancária será engordada em pelo menos um milhão e duzentos mil dólares. Nada mau, não é mesmo, querido leitor?
Como sou um incorrigível sonhador (e sonhar ainda não paga imposto), fico me imaginando indo no final de algum ano (nem me perguntem qual) a Estocolmo (a entrega do Nobel ocorre, sempre, entre 4 e 8 de dezembro, na capital sueca), para embolsar essa bolada.
Responda, sem pestanejar: o que você faria com essa dinheirama toda? Ah, quer saber o que “eu faria”? Nessa você não me pega. Tenho tudo planejadinho, tim-tim por tim-tim, nos mínimos detalhes. Digamos, para arredondar, que a quantidade de doletas fosse de um milhão e quinhentas mil (até pode ser, quem sabe).
Dividiria essa grana por cinco. Quinhentas milhas ficariam para cada um dos meus quatro filhos, para arrumarem de vez suas vidas. As outras quinhentas mil iriam para o bolso deste Editor maluco, que não pára de sonhar (ninguém é de ferro!).
Com essa grana toda, não precisaria nunca mais me preocupar com o feijão e o arroz de amanhã. Iria ao mapa do Nordeste, escolheria uma cidadezinha praiana, dessas de dez mil habitantes ou menos, mas com belas praias desertas, e me dedicaria, da manhã até a noite, sete dias por semana, doze meses por ano, até o dia de me despedir do mundo, a curtir e a fazer Literatura.
Iria me lixar, claro, se meus livros não estivessem sendo adquiridos aos borbotões ou se estivessem encalhando nas prateleiras das livrarias. Não daria a mínima para a opinião dos críticos sobre o meu estilo de escrever. Só pensaria, claro, em você, caro leitor, a razão de ser de malucos como eu, apaixonados pelas letras. Como se vê, já está tudo muito bem planejado, nos menores pormenores (que estranha essa minha construção!).
Faltam, porém, alguns (pequenos?) detalhes: falta, por exemplo, alguma organização cultural de prestígio apresentar minha candidatura. Falta os vetustos jurados suecos apaixonarem-se pelos meus livros. E falta, afinal, meu nome ser anunciado – com pompa, circunstância e muita solenidade – para surpresa e pasmo do mundo, como o grande premiado do Nobel. Mas só falta isso! No mais...
Boa leitura.
O Editor.
e o vencedor é...
ResponderExcluirVOCÊ!
pronto, e ponto.
E nu é qui é meeeeeeemo? Aliene.
ResponderExcluirBEIJOS
Já estamos torcendo para que um dia algum brasileiro seja lembrado, e se for você, ótimo para o Brasil, para os brasileiros e para você.
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