A mulher e o livro
* Por Evelyne Furtado
Passa os olhos pela capa e avidamente se dirige às primeiras palavras. Não sem antes pôr seu nome na página de rosto. Hábito antigo. Gesto de posse marcando o objeto que a encanta desde a infância. Só não rabisca livro emprestado. Os seus assina, põe data, sublinha o que lhe é importante e registra a sua impressão.
Se o conteúdo é sagrado; com o objeto sua relação é profana, íntima e afetuosa. Quando se agarra a um livro vive uma ligação intensa até a última página. Para os puristas é uma leitora sem escrúpulos. Vai do policial a Shakespeare na boa.
Ama Machado e J.K. Rowling. Gabriel Garcia Marques e Agatha Christie. Adora Rachel de Queiroz e admira Clarice Lispector. Saboreia os versos de Cora Coralina, venera Pessoa e Drummond. Canta baixinho, como quem está aprendendo a ler, os sonetos de Vinicius.
Passeia pelo Rio Grande de Érico Verissimo e pela França de Balzac com interesse. Leu “Raízes do Brasil” e “Leite Derramado” alternadamente: pai e filho em estilos absolutamente diversos, nem por isso incompatíveis. Ainda convive com os personagens de Monteiro Lobato como se fossem amigos de infância.
Augusto e a Moreninha, Capitu e Bentinho, Ana Terra, Gabriela, Rodrigo Cambará, Emma Bovary, Harry e Hermione, entre outros personagens, inclusive os de carne em osso em biografias como Brando, Pedro I, Pedro Nava (o personagem e o memorialista) Nelson Rodrigues e o próprio Balzac povoam seu universo íntimo.
Vive dramas, descobre culturas diversas e se apaixona por personagens como uma adolescente. Na cama, na rede, no sofá ou na praia pode se ver a mulher e o livro. Companheiros inseparáveis e fiéis desde sempre. Agora ela está entre os nórdicos acompanhando Mikael e Lisbeth em mais uma leitura instigante.
* Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Passa os olhos pela capa e avidamente se dirige às primeiras palavras. Não sem antes pôr seu nome na página de rosto. Hábito antigo. Gesto de posse marcando o objeto que a encanta desde a infância. Só não rabisca livro emprestado. Os seus assina, põe data, sublinha o que lhe é importante e registra a sua impressão.
Se o conteúdo é sagrado; com o objeto sua relação é profana, íntima e afetuosa. Quando se agarra a um livro vive uma ligação intensa até a última página. Para os puristas é uma leitora sem escrúpulos. Vai do policial a Shakespeare na boa.
Ama Machado e J.K. Rowling. Gabriel Garcia Marques e Agatha Christie. Adora Rachel de Queiroz e admira Clarice Lispector. Saboreia os versos de Cora Coralina, venera Pessoa e Drummond. Canta baixinho, como quem está aprendendo a ler, os sonetos de Vinicius.
Passeia pelo Rio Grande de Érico Verissimo e pela França de Balzac com interesse. Leu “Raízes do Brasil” e “Leite Derramado” alternadamente: pai e filho em estilos absolutamente diversos, nem por isso incompatíveis. Ainda convive com os personagens de Monteiro Lobato como se fossem amigos de infância.
Augusto e a Moreninha, Capitu e Bentinho, Ana Terra, Gabriela, Rodrigo Cambará, Emma Bovary, Harry e Hermione, entre outros personagens, inclusive os de carne em osso em biografias como Brando, Pedro I, Pedro Nava (o personagem e o memorialista) Nelson Rodrigues e o próprio Balzac povoam seu universo íntimo.
Vive dramas, descobre culturas diversas e se apaixona por personagens como uma adolescente. Na cama, na rede, no sofá ou na praia pode se ver a mulher e o livro. Companheiros inseparáveis e fiéis desde sempre. Agora ela está entre os nórdicos acompanhando Mikael e Lisbeth em mais uma leitura instigante.
* Poetisa e cronista de Natal/RN
Que bela declaração de amor a esses amigos mudos que dizem tanto. A propósito, quando sai o seu? Receba uma página inteira cheia de parabéns. Um beijo, minha amiga.
ResponderExcluirMuito bem, Evelyne!Passeando pela páginas e trazendo-nos as impressões do sacro, sem profanar o ato sagrado de ler. Eu por minha vez, acho que fiz quase tudo errado. Se certo tivesse feito, hoje teria mais tempo de ler por prazer em lugar da obrigação. Atualmente os livros técnicos são os meus principais companheiros.
ResponderExcluirParabéns, Evelyne, crônica que desmistifica o bom leitor. Na verdade o bom leitor, pra mim, não tem preconceitos, vai de Agatha Cristie à Clarice Lispector. E ela, a Clarice "devorava" romances policiais. Essa declaração está em uma de suas cartas às irmãs. Fernando Pessoa era outro. Ora, se eles, os grandes, não tinham preconceitos, por que nós iríamos ter?
ResponderExcluirGostei muito de sua crônica.
Beijos
Risomar
Essa mulher não seria você ?!
ResponderExcluirOs livros são grandes companheiros.
Bela declaração de amor as letras.
Continue lendo muito, Evelyne.
bjs