sábado, 3 de abril de 2010


Solidariedade e esperança

* Por Luiz Carlos Monteiro

Esperança e solidariedade são palavras justas e inquietantes, que somadas a liberdade e amor definem e completam o destino humano. Há, no entanto, conjuntos de palavras que exprimem situações opostas, mas que devem ser lembradas pelo seu impacto sobre o mundo contemporâneo. São algumas delas, formadas em blocos: os atos da violência extrema de grupos organizados associados aos cartéis do tráfico e ao fundamentalismo; a corrupção provocada pela cobiça e pelo desejo insaciável de poder, que desfalca dos cofres públicos o capital que pertence, de direito, à população de um país; a devastação ambiental ilimitada, cujos grupos empresariais que a praticam, não escolhem áreas para desmatar e explorar.

A liberdade, que se fragmenta a partir destes e de outros elementos, pressupõe coisas básicas de sobrevivência e livre expressão. A falta de componentes imprescindíveis a uma vida digna induz o homem a se portar e ser visto com a descartabilidade da máquina, do número, da coisa, do detrito e do objeto.

Nem tudo, no entanto, parece estar perdido. Existe uma cadeia de pessoas que guarda princípios éticos inalienáveis, trabalhando silenciosamente e sem alarde para que outros homens, mulheres e crianças não sucumbam. Pessoas públicas e anônimas que se opõem, por exemplo, à sordidez implacável da pobreza.

São essas pessoas, tantas que não conhecemos, outras com as quais cruzamos ou vemos no cotidiano, presencial ou virtualmente, que estão em todos os lugares e setores da sociedade, do trabalho e da vida, com o seu despojamento honrado, generoso e desinteressado. Elas transmitem alguma espécie de confiabilidade e alento aos seres humanos. E por isso pessoas assim nos levam a pensar e crer que palavras como solidariedade, esperança, justiça e paz possam ainda significar algo.

* Poeta, crítico literário e ensaísta, blog www.omundocircundande.blogspot.com

2 comentários:

  1. Sempre há esperança onde
    as consciências não dormem.
    Abraços

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  2. Há loucos que trabalham e fazem o bem pelo ato de praticar o bem em si. Não esperam e nem querem honrarias nem mero reconhecimento. Pode não estar em alta (incidência), mas solidariedade acontece em muitos corações e atos.

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