sábado, 17 de abril de 2010


Babugem de esperança

* Por Wanda Cristina da Cunha e Silva

Este soneto que sai a boca,
salgado e amargo, exalando dor,
é a babugem da esperança louca,
que desbotou em lágrimas de amor.

Inúteis foram as noites acordadas,
poemas tristes, olhos que choraram:
inúteis foram as dores suicidadas
nos meus carinhos que te desculparam.

Estou sozinha com a minha mão.
E estes meus dedos que te compreenderam
puseram a culpa no meu coração.

E as saudades que me envelheceram,
presas em jaulas de ingratidão,
insistem em viver, mas já morreram.

* Jornalista, escritora, poetisa e professora maranhense, autora dos livros “Uma cédula de amor no meu salário” )poesias), “Engraxam-se sorrisos” (crônicas), “Rede de arame” (poesias), Geofagia ruminante no sótão da preamar” (poesias) e “Flor de Marias no buquê de costelas” (antologia poética).

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