segunda-feira, 26 de abril de 2010




Brasília

* Por Ivaldo Roland

Jovem, muito jovem,
nos idos da vida, no início,
vim como sem sacrifício,
aos jovens tal lhes convém.
Da Esplanada, o choque inicial.

A estrutura destas vias circulando
horizonte livre entorno guardando,
ordenada arquitetura espacial.

Surge no planalto destes confins,
onde cobre o cerrado as colinas,
irrigadas por águas cristalinas.
uma cidade! Quem pensaria assim?

Fluídas inigualáveis visuais,
verdes tons que à vista contentam,
azuis de alvoradas que encantam,
crepúsculos assim jamais.

Aqui a vista se perde e flui
num horizonte infinito.
Eleva a mente ao mais distante fito,
a paz ao coração retribui.

Brasília é luz! Brasília é ar puro!
céu de estrelas em noites de lua cheia,
há quem duvide, mas há uma sereia,
doce canta às margens do lago escuro.

Céu puríssimo azul claro ou anil,
de paisagens bucólicas,
de tardes lindas, púrpuras, frias,
onde Dom Bosco previu.

Mas este céu assiste e sangra inteiro,
por homens que do país o destino,
foi confiado e está ao desatino,
salvo Ulysses, um guerreiro.

* Poeta e arquiteto cearense

2 comentários:

  1. Poema tão belo quanto Brasília. Ah, como é fotogênica essa cidade! Seja imagem fotográfica, seja imagem literária, a beleza da novacapi convida.

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