quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Tema inesgotável

A Literatura é um tema praticamente inesgotável. Por mais que você escreva sobre ela, sempre haverá ainda algum dos seus aspectos a abordar. Se você souber escrever (óbvio) e tiver amplas informações a respeito, terá assunto para uma vida toda e muito mais. Vejam o caso destes editoriais.
Há 180 dias, venho tratando dessa atividade sob os mais variados ângulos – quer o prático, da redação em si, quer o teórico, quer o comercial etc. – e ainda tenho muitas, muitíssimas coisas a abordar. E olhem que sequer sou nenhum professor de Literatura, nem crítico e muito menos historiador. Sou mero escritor, que acumula essa função com a de jornalista, como a maioria de vocês, em busca do meu espaço e, sobretudo, de afirmação.
O que faço diariamente, porém, é um exercício meramente jornalístico. Editorial, até por definição, é a palavra do Editor. Ou seja, é texto jornalístico e não literário. Embora escreva “sobre” ela, portanto, não venho fazendo Literatura. Não, pelo menos, neste espaço, cujo principal papel é o de “ancorar” as produções dos colunistas e dos ilustres colaboradores.
Creio que esta função vem sendo cumprida até razoavelmente. Se não está perfeita, pelo menos está razoável. Tento ser o mais interessante possível nas minhas abordagens, para não espantar, liminarmente, do Literário, nenhum leitor. Procuro, na verdade, atraí-lo para o que de fato é Literatura: os textos dos colunistas e colaboradores.
Houve quem, generosamente, classificasse meus editoriais como uma espécie de “manual do escritor”. Caso eles exerçam esse papel (reitero, não intencional) será ótimo para todos. Estaremos no lucro, porquanto sua finalidade não é, nunca foi e nem será esta. O que tento fazer diariamente é reproduzir, através deste meio eletrônico possibilitado pela internet (que neste ano, aliás, completa 40 anos de existência), aqueles intermináveis e deliciosos papos de botequim.
Quais? Aqueles que nós, escritores, mantemos, quando nos reunimos informalmente, fora das academias e das universidades, regados a muita cerveja e indigestos tira-gostos, a título de descontraído passa-tempo. Por isso, não me proponho a transformar estes editoriais em ensaios literários. Com uma burilada aqui, outra ali, até que poderia adaptá-los a essa finalidade. Mas não o farei. Pelo contrário, tento imprimir-lhes aquela informalidade que caracteriza as aludidas conversas de botequim.
Há, apenas, um problema. Quando nos reunimos em algum bar, todos falam, todos opinam, todos palpitam e quase sempre todos de uma só vez. Aqui, no entanto, para a minha suprema frustração, o que pretendi, um dia, transformar num instigante diálogo ou, quem sabe, em acalorado debate, se torna, a cada dia que passa, mais e mais, um monótono e solitário monólogo. É uma pena!

Boa leitura.

O Editor.

3 comentários:

  1. Transformado num diálogo considerando-se que são apenas duas pessoas que falam. Não comento tudo que leio, mas apenas o que tenho vontade. Alguns editoriais tenho palpitado, mas leio todos eles. Há os leves e os pesados. Alguns quase desisti no meio. Até os leitores compulsivos como nós dois nos cansamos algumas vezes, Pedro. Os olhos secam, mas aí, nada que um colírio de lágrimas artificiais,como Fresh Tears não resolva. E vamos conversando.

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  2. "Sou mero escritor". Isso é tudo, Pedro. É total.
    Quanto à participação dos leitores, saiba por favor que ao escrever sobre literatura, sobre gêneros, sobre livros, você toca em questões espinhosas, difíceis, complexas. Mas não se engane, escritor Pedro, todos seus textos são lidos com atenção e, falo por mim agora, alguns com reparos, que não cabem num breve comentário.
    Sugiro algumas questões que alimentaram muitas noitadas de cerveja no Recife: qual o maior escritor brasileiro? por quê? Ou então, quem é maior, Dostoievski ou Tolstoi?
    Abraço.

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  3. De quase 20 mil visitantes diários, apenas um e outro comentam. É a realidade deste e dos demais blogs - um meio de comunicação (me parece) fadado ao silêncio que corrói o entusiasmo.

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