Origens da ficção científica
A ficção científica (talvez para sua surpresa, atento leitor) teve precursores ilustres, e ainda no século XVIII, como o filósofo Voltaire, por exemplo, que em 1752 lançou o seu “Micromegas”. Embora muitos não se dêem conta, “As viagens de Gulliver”, livro publicado em 1726 por Jonathan Swift, também tem essas características.
É verdade que o gênero apenas adquiriu sua forma mais definida e a aceitação de que hoje goza a partir dos enredos de Júlio Verne e das novelas de Edgar Allan Poe. O pitoresco é que o romance gótico de Mary Wolstonecraft Shelley, “Frankenstein, ou o Prometeu moderno”, é considerado como ficção científica. Afinal, narra a experiência de um cientista, digamos, um tanto excêntrico, que se propôs a brincar de Deus e “criar vida” dos restos de alguns cadáveres.
Os mais afoitos, certamente por analogia (no caso equivocada) irão considerar outra produção literária na linha do fantástico, insólito e sobrenatural, “Drácula”, de Bram Stocker, como sendo ficção científica. Evidentemente, não é. Não tem nada a ver com esse tipo de temática. Já “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, tem que ser caracterizado como tal.
Se formos pesquisar a fundo, descobriremos que obras com essas características já vinham sendo escritas muito antes de Verne e de Poe. A narrativa de Platão, dando conta da destruição da Atlântida, tem muito a ver com essa temática.
E em meados do século XVII, por exemplo, o astrônomo Johan Kepler (quem diria!) escreveu uma obra de ficção (cientistas também, não raro, invadem, e quase sempre bem, a nossa seara, ou seja, a da Literatura) que intitulou “O sonho”.
No livro, descreveu uma viagem humana a outro planeta, inclusive com detalhes, o que lhe confere verossimilhança. Antes, ainda, o francês Savinier Cyrano de Bergerac publicou o romance satírico “Histoire comique dês États et Empires de la lune”, em que selenitas ironizam a forma de ser e de se comportar de nós, humanos.
Todavia, a ficção científica conquistou o status de que goza bem depois de Verne e de Poe, embora ambos são tidos como marcos dessa espécie de tema. Foi, somente, a partir de 1926, quando Hugo Gernsback fundou a revista “Amazing Stories”, com histórias exclusivamente desse tipo, que o gênero decolou de vez.
Os nomes mais respeitáveis nessa categoria, hoje em dia, são H. G. Wells, Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein, além de Aldous Huxley, C. S. Lewis e Kurt Vonnegut, que ademais não se dedicaram exclusivamente à ficção científica, mas exploraram diversos outros tipos de temas.
Creio que o assunto ficou claro, não é mesmo? Isso embora esteja longe, muito longe de se esgotar. Sempre que se traz à baila um tema, como este, porém, é conveniente, antes de tudo, para evitar qualquer espécie de dúvidas e ambigüidades, ir às suas origens, às suas raízes, às suas motivações, mesmo que de forma parcial e tosca, como a minha.
Boa leitura.
O Editor.
A ficção científica (talvez para sua surpresa, atento leitor) teve precursores ilustres, e ainda no século XVIII, como o filósofo Voltaire, por exemplo, que em 1752 lançou o seu “Micromegas”. Embora muitos não se dêem conta, “As viagens de Gulliver”, livro publicado em 1726 por Jonathan Swift, também tem essas características.
É verdade que o gênero apenas adquiriu sua forma mais definida e a aceitação de que hoje goza a partir dos enredos de Júlio Verne e das novelas de Edgar Allan Poe. O pitoresco é que o romance gótico de Mary Wolstonecraft Shelley, “Frankenstein, ou o Prometeu moderno”, é considerado como ficção científica. Afinal, narra a experiência de um cientista, digamos, um tanto excêntrico, que se propôs a brincar de Deus e “criar vida” dos restos de alguns cadáveres.
Os mais afoitos, certamente por analogia (no caso equivocada) irão considerar outra produção literária na linha do fantástico, insólito e sobrenatural, “Drácula”, de Bram Stocker, como sendo ficção científica. Evidentemente, não é. Não tem nada a ver com esse tipo de temática. Já “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson, tem que ser caracterizado como tal.
Se formos pesquisar a fundo, descobriremos que obras com essas características já vinham sendo escritas muito antes de Verne e de Poe. A narrativa de Platão, dando conta da destruição da Atlântida, tem muito a ver com essa temática.
E em meados do século XVII, por exemplo, o astrônomo Johan Kepler (quem diria!) escreveu uma obra de ficção (cientistas também, não raro, invadem, e quase sempre bem, a nossa seara, ou seja, a da Literatura) que intitulou “O sonho”.
No livro, descreveu uma viagem humana a outro planeta, inclusive com detalhes, o que lhe confere verossimilhança. Antes, ainda, o francês Savinier Cyrano de Bergerac publicou o romance satírico “Histoire comique dês États et Empires de la lune”, em que selenitas ironizam a forma de ser e de se comportar de nós, humanos.
Todavia, a ficção científica conquistou o status de que goza bem depois de Verne e de Poe, embora ambos são tidos como marcos dessa espécie de tema. Foi, somente, a partir de 1926, quando Hugo Gernsback fundou a revista “Amazing Stories”, com histórias exclusivamente desse tipo, que o gênero decolou de vez.
Os nomes mais respeitáveis nessa categoria, hoje em dia, são H. G. Wells, Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein, além de Aldous Huxley, C. S. Lewis e Kurt Vonnegut, que ademais não se dedicaram exclusivamente à ficção científica, mas exploraram diversos outros tipos de temas.
Creio que o assunto ficou claro, não é mesmo? Isso embora esteja longe, muito longe de se esgotar. Sempre que se traz à baila um tema, como este, porém, é conveniente, antes de tudo, para evitar qualquer espécie de dúvidas e ambigüidades, ir às suas origens, às suas raízes, às suas motivações, mesmo que de forma parcial e tosca, como a minha.
Boa leitura.
O Editor.
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