segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Mero preconceito

Caríssimo leitor, freqüentador habitual desse nosso espaço nobre, de criação e veiculação de idéias, bom dia. Neste feriadão, de 7 de setembro, desejo-lhe muita paz e inspiração e que faça bom proveito do menu que hoje lhe ofereço. A você, que nos visita pela primeira vez, dou as boas vindas, na esperança de que goste da nossa casa, volte outras vezes e mais: junte-se a nós, tornando-se nosso seguidor.
Você, que tem textos na gaveta que nunca mostrou a ninguém, tome coragem, e os exiba aqui. Garanto que essa “exposição” não dói e o tornará conhecido internet afora. Você acabará por desenvolver o hábito de escrever e poderá se tornar até (quem sabe) um escritor.
Nada mais apropriado numa data como esta para tratar de preconceito que alguns têm contra determinados autores. E por que? Muito simples, por causa da reação de muitos diante de textos como “Porque me ufano do meu país”, do Conde Afonso Celso, citado amiúde sempre que se quer depreciar o que se convencionou chamar de “ufanismo”.
Que mal, contudo, há nesse comportamento? Que mal existe em você gostar da terra que o viu nascer e onde tem raízes físicas, afetivas e psicológicas? É uma atitude exagerada? Pode ser. Prefiro-a. porém, um zilhão de vezes mais do que aquilo que Nelson Rodrigues classificou de “complexo de vira-lata” que afeta milhões de brasileiros. Se não somos melhores do que qualquer outro povo, estamos distantes de sermos os piores.
Alguns desses preconceituosos são mais ignorantes do que parecem à primeira vista (e muito mais do que eu pensava) pois fica claro, em suas manifestações críticas, não raro jocosas e galhofeiras, que sequer leram o texto “Porque me ufano do meu país”, do conde mineiro, nascido em Ouro Preto em 31 de março de 1860, mas que hoje é personalidade reverenciada em Petrópolis, no Estado do Rio. Claro que me refiro a Afonso Celso de Assis Figueiredo Junior. Aliás, surpreende-me o fato que ao menos saibam ler.
Os detratores desse escritor dizem que sua delirante louvação à pátria é um primor de alienação, que todos sabem que o Brasil e os brasileiros são cheios de defeitos e bla-bla-blá, bla-bla-blá e bla-bla-blá. Tolice! Coisas de quem tem incurável complexo de vira-lata. Que povo é perfeito? No que? Quais são seus parâmetros de perfeição.
O estranho (diria grave) de tudo isso é que, quando questionadas – essas pessoas arrogantes, que entendem que ser crítico, ácido e mal-humorado lhes confere status superior – descobre-se o quanto são alienadas. Pergunte a um desses críticos, “você já leu Afonso Celso?”. Ele lhe responderá na bucha, na maior cara dura: “não!”. Se não leu, como pode julgar? Claro que não pode.
Também sou defensor do internacionalismo. Sempre achei que na Terra deveria haver um único país, uma única língua e que os bens que esse planeta propicia deveriam ser partilhados com todos, absolutamente todos os habitantes, posto que proporcionalmente à sua capacidade. Mas o mundo não é assim. Esse meu ideal não passa de utopia. A humanidade e o Planeta estão sumamente divididos.
Como gosto demais da terra em que nasci e que acolherá meus restos mortais, também me ufano do Brasil. Critiquem-me, gozem-me, achincalhem-me, mas amo de paixão este solo e este povo. Amo, inclusive, os tais idiotas com complexo de vira-lata, aos quais dou o devido desconto.
Este pode ser um país cheio de defeitos (e é). Pode ser repleto de injustiças (as quais, como jornalista, com 46 anos de janela, conheço muito mais do que esses celerados, eles sim alienados), o que jamais neguei e jamais deixei de denunciar. Nosso povo tem que evoluir muito para que não haja as mazelas que tanto nos aborrecem (desigualdade social, violência, corrupção etc.etc.etc.), sobre isso creio haver consenso. Mas com tudo isso de ruim, este país é meu. Caso haja outro mais perfeito, não me atrai e não me traz nenhum proveito. Em resumo, esta terra pode ser uma “porcaria” (embora recuse-me a classificá-la dessa forma), mas tem uma vantagem que me é decisiva: é minha! Aqui não preciso pedir licença a ninguém para estudar, trabalhar, viver.
Ah, a propósito, você que pode estar torcendo o nariz face a essa minha manifestação ufanista: você já leu “Porque me ufano do meu país”, de Afonso Celso? Se leu e detestou, justifique a razão. E se não leu... Faça um favor a você mesmo: cale a boca!

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. Patriotismo é isso aí - algo que vem a calhar todos os dias, principalmente num 7 de setembro. Pois, viva o Brasil, viva o povo brasileiro que, apesar de todas as históricas mazelas, avança e empreende, pq há um vigor coletivo nesse sentido.

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