Literário

Cara ou coroa

* Por Aliene Coutinho

Com letras, pontos, vírgulas
E reticências,
Revelo-me.
Sou mais que aparento,
Mais que gostaria
Que descobrissem.
Mas revelo-me.
Não suporto
O peso dos disfarces
Nem aprendi a esconder
Minha verdade de ser.
Goste ou não,
Sou o que está encravado
Na alma,
Carimbado na hora do nascimento
Registrado e certificado
Pelos anos e experiências que vivi.
Adquiri costumes, manias
Gostos,
Às vezes estranhos...
Estranheza que comparo
Aos iguais
E me faz diferente
Que nem sempre aceito.
Sou o que sou.
E ao me revelar
Descubro facetas que não se espelham,
Mas que são tão minhas,
E só minhas...
A tal minha “cara”.

* Jornalista e professora de Telejornalismo