sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Convencer é difícil

Caríssimos e fiéis leitores, boa tarde. Convencer qualquer pessoa, seja lá a respeito do que for, é uma arte, e das mais difíceis. É a principal “ferramenta” de todo o vendedor que se preza. Para tanto, utiliza os mais variados argumentos para apresentar seu produto e levar a pessoa a quem oferece a se sentir tentada a adquiri-lo. E o que faz para isso?
Primeiro, exalta as qualidades da mercadoria (o que, em muitos casos, quando se trata de produto malfeito, de baixa durabilidade, é mais do que arte, descamba para a artimanha). A seguir, enfatiza a acessibilidade do seu preço, em relação aos dos concorrentes. Cita uma série de vantagens, como assistência técnica, prazo elástico de pagamento e outras tantas facilidades (que, não raro, sequer existem). Mas, o principal desafio é o de convencer o cliente em potencial da sua necessidade do produto, mesmo que ele não sirva para coisíssima alguma.
Nós, escritores, somos um pouco vendedores. Vendemos nossas idéias, pensamentos e emoções. E já nem me refiro ao aspecto de comercialização dos livros que escrevemos. Nos contatos que mantemos com as editoras, tentamos convencer os que podem publicar ou não nossas obras, da sua excelência e originalidade. A tentativa de convencimento ainda maior é a de aliciar leitores. A venda que buscamos lhe fazer, neste caso, é figurada. Ou seja, não buscamos, propriamente, convencê-lo a comprar nossos livros. Isso quem faz são as editoras.
Buscamos, sim, convencer esse ente, que é o mais importante na vida de qualquer escritor, que nossas idéias são corretas, revolucionárias e originais. Que nossos enredos são criativos e verossímeis. Que nossos poemas são autênticos, sofridos, “paridos” com dor. Uma vez convencidos, esses leitores irão determinar nosso sucesso nessa carreira tão árdua e tão instável.
Essa tarefa parece fácil, mas, creiam, não é. Eu, por exemplo, testo, todos os dias, a minha capacidade de convencimento, ao tentar convencer os freqüentadores do Literário (a você, meu fiel e paciente leitor) da importância de estabelecer interatividade com os que aqui publicam os seus textos. E, em 183 dias que mantenho esse contato tête-a´tête diário, não consegui êxito.
Sei que tenho me tornado até repetitivo nessa questão, mas a reiteração, ou seja, a insistência, é a principal técnica dos vendedores que se prezam. Não que esses comentários (que não são feitos) sejam essenciais para validar o Literário, longe disso. O que estou fazendo é um teste da minha capacidade de convencer, de vender um “produto” intangível, ou seja, uma idéia. Parece, pelo visto, que venho dando com os burros n’água. Só me resta continuar tentando, tentando e tentando.

Boa leitura.

O Editor.

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4 comentários:

  1. Não sei que água é essa e sobre tais burros desconheço. O certo é que as pessoas não querem comentar. A questão é: por que? E ainda: será que a visita implica em leitura? Ou é apenas um entra e sai inútil? Eu leio, e não me contenho. Tenho de comentar. Deve ser alguma doença, mas como ninguém adoeceu, não há risco de contágio.

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  2. Caríssimo Pedro

    Fique tranquilo. A maioria dos leitores não comenta. Lê e guarda para si o que achou do texto. E só para tranquilizá-lo: recebo muitos e-mails de leitores. Alguns são amigos, e a maioria são de pessoas que não conheço. Receberam de algum amigo, ou viram o texto aqui mas querem se comunicar por e-mail. Talvez por timidez, sei lá...
    Abraços

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  3. "Dar com os burros n'água", cara Mara, é uma expressão popular, que significa fracassar, se dar mal. Foi nesse sentido que a usei. Esclarecido?

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  4. Risos...Pedro, conheço o ditado, e quis fazer pilhéria? Gostou da palavra arcaica?

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