sábado, 12 de setembro de 2009


Altas expectativas

Caríssimos leitores, bom dia! Hoje trago à sua apreciação, como principal atração do Literário, o conto “A mão”, de Guy de Maupassant, para o deleite de todos e o conhecimento dos que desconhecem esse clássico da literatura francesa e, por extensão, da mundial. Além da sua inegável qualidade literária, que é incontestável, esse texto, em particular, tem valor histórico. Foi o primeiro que o autor publicou, no início da sua vitoriosa carreira literária, que não tardaria a se consolidar.
“A mão” não foi publicado, porém, em jornal, revista ou diretamente em livro, como ocorre com a maioria dos escritores tão logo se lançam nessa atividade. Sua publicação ocorreu no “Almanach-à-Mousson”, para o ano de 1875. Isso comprova o que tenho dito e repetido: tudo o que se escreve (a menos que seja destruído a seguir) mesmo que se perca por algum tempo e seja esquecido pelo público, um dia aparece. Daí a responsabilidade que temos em relação à qualidade da nossa produção, em respeito ao potencial leitor e, sobretudo, à preservação do nosso prestígio e da nossa memória.
Há não muito, os almanaques eram publicações bastante comuns. Alguns, eram sofisticadas peças publicitárias de determinados laboratórios farmacêuticos. Outros, eram mais simplezinhos, não raro voltados, basicamente, para previsões astrológicas. Uns e outros, no entanto, traziam um pouco de tudo em suas páginas: recomendações úteis, receitas caseiras, anedotas, poesias, contos etc.etc.etc., alguns excelentes textos literários, outros nem tanto. Vinha tudo misturado. Durante um bom tempo, colecionei esses almanaques. Pena que nas tantas idas e vindas da vida, tenham se perdido pelo caminho. Hoje, teriam alguma (creio que muita) utilidade.
Algumas editoras bancavam, também, almanaques. Nesse caso, faziam o papel de catálogos para anunciar seus produtos, com resenhas e mais resenhas de livros, biografias resumidas de autores etc. tudo entremeado de poemas, contos, ensaios etc. Infelizmente, esse tipo de publicação não existe mais. Creio que o obstáculo está nos custos. As editoras distribuíam esses almanaques gratuitamente. Sei de vários colecionadores que guardam essas peças como preciosidades (que de fato são). São documentos de uma época e de determinados períodos culturais.
Mas meu assunto de hoje não era bem este. Era o que se refere à minha expectativa de novas e inspiradas produções, a partir de meados deste setembro até o final do ano, não somente aqui no Literário (mas também aqui), mas neste cálido país da luz afora. E qual a razão de esperar isso? Ocorre que dentro de nove dias, começa a Primavera. E nós, humanos (como ademais, todos os demais animais e até os vegetais) somos “seres meteorológicos”. Sofremos a influência do clima em nossas sensações e emoções.
Falo por mim, já que é nesse período do ano que tenho produzido, se não os melhores, pelo menos meus textos de maior aceitação pelo público. Não sei explicar a razão, se é mera coincidência (creio que não é) ou se influência do clima (no que acredito).
Talvez isso sequer comporte explicações. Só posso assegurar que é um fato e, contra fatos, não há argumentos. Bem, em um dia sem assunto, creio que enrolei todos vocês direitinho neste meu texto de hoje, destinado, como todos eles, a “ancorar” o que creio seja uma boa edição do Literário.

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. Pedro, a parte sobre os almanaques está semelhante a um outro Editorial que você postou algum tempo atrás. Sobre boas idéias e melhores produções têm tudo a ver. A dança do acasalamento dos pássaros, ainda sem acontecer a primavera, é fato indicativo de que não apenas as aves, mas também nós, sofremos influência do clima. No frio, tudo em mim funciona pior, se é que funciona. Com outros pode ser igual.

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