terça-feira, 26 de setembro de 2017

Querosene

* Por Pedro Tierra
Nunca se soube
se por fome,
sede
o pura danação.
Foi apanhado
estendido sobre o ladrilho da taverna
mamando querosene
na torneira do tambor.
Adquiriu desde então
em tom esverdeado,
guenzo
e uns olhos iluminados
como se tivesse tragado
as nascentes da lua.
Os meninos da rua
lhe atiravam fósforos
para conferir se acendia,
querosene.
Livro “O Porto Submerso”. Brasília: Edição do Autor, 2005.
* Pseudônimo do poeta Hamilton Pereira.


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