segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O flamboyant e os poetas

* Por Alcides Buss

O flamboyant, assim como faz o manacá
de cheiro, segura-se na terra.

Em seus braços, tão aéreos,
o ar ensaia o trapézio.

Nas pernas, bem juntas, proliferam-se
os dedos e as unhas.

Nas mãos, que são muitas, se juntam
as folhas – as folhas prolíferas

dos poetas inéditos,
refratários incuráveis à razão

e que melhor se saem
nas nuvens que no chão.


* Professor universitário e poeta

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