quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ícones


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Nunca tive um ícone de beleza na minha vida. Confiava tanto em minha mãe que não me  preocupava com espelhos. Sabia que o cabelo estava impecável, a roupa passadinha e o sapato engraxado.

Não fazia feio nas festas, gostava de ouvir os elogios à ela. Nunca me importei se a roupa não era novinha em folha. Minha mãe era arteira, dava jeito em tudo.

Gostava de ver refletida nas poças minha imagem segurando as mãos dela. Na verdade meu espelho eram os olhos dela.

Eu era bela, eu era linda, um tesouro, como ela mesma dizia. A beleza se perpetua nos sentimentos que dançam em meus olhos.

* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário



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