Noite fria e chuvosa
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Um vulto aparece e
toca a campainha. O dono da casa atende:
- Bá? Está fria e
muito pálida. O que aconteceu e como chegou aqui?
- Filho, vim me
despedir.
- Como?
- Irei pro além,
querido. Mas, não tenha medo de mim. Não sou alma penada.
- Claro que não. Só
que já estou sentindo saudade. Sempre me contou histórias de terror que me
ajudaram muito a escrever meus livros, obrigado.
- Não precisa
agradecer, menino. Você sempre foi talentoso nas letras. Quero te contar um
segredo. Lembra-se da história do fantasma do noivo que sempre acompanhou sua
amada e por isso ela nunca se casou?
- Recordo.
- Olha na esquina, ele
está lá.
- Vejo um homem com
uma roupa antiga. É ele mesmo?
- Filho, está me
esperando para vagarmos pela eternidade. A noiva sou eu.
- Nossa, guardou por
anos este segredo.
- É que sofri tanto,
que tentei apagar este amor. Porém, ele nunca me deixou esquecer. Seguia-me por
todos os cantos, até nos meus sonhos.
- Não querem entrar um
pouco para descansar. A viagem que farão é longa.
- Não precisa, estamos
de partida.
- Boa sorte!
- Até um dia desses.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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