sexta-feira, 3 de junho de 2016

Noite fria e chuvosa

* Por Eduardo Oliveira Freire


Um vulto aparece e toca a campainha. O dono da casa atende:
- Bá? Está fria e muito pálida. O que aconteceu e como chegou aqui?
- Filho, vim me despedir.
- Como?
- Irei pro além, querido. Mas, não tenha medo de mim. Não sou alma penada.
- Claro que não. Só que já estou sentindo saudade. Sempre me contou histórias de terror que me ajudaram muito a escrever meus livros, obrigado.
- Não precisa agradecer, menino. Você sempre foi talentoso nas letras. Quero te contar um segredo. Lembra-se da história do fantasma do noivo que sempre acompanhou sua amada e por isso ela nunca se casou?
- Recordo.
- Olha na esquina, ele está lá.
- Vejo um homem com uma roupa antiga. É ele mesmo?
- Filho, está me esperando para vagarmos pela eternidade. A noiva sou eu.
- Nossa, guardou por anos este segredo.
- É que sofri tanto, que tentei apagar este amor. Porém, ele nunca me deixou esquecer. Seguia-me por todos os cantos, até nos meus sonhos.
- Não querem entrar um pouco para descansar. A viagem que farão é longa.
- Não precisa, estamos de partida.
- Boa sorte!
- Até um dia desses.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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