Invisível
* Por
Eduardo Oliveira Freire
Na verdade, nunca
contei a ninguém sobre isso, porque fiquei com medo de me acharem maluco. Desde
menino, eu sentia cutucões e alguém me empurrar, mas, como não via ninguém,
achava que era perseguido por um fantasma.
À medida que crescia,
a presença ficava mais forte e agressiva. Ficava todo machucado e meus pais me
perguntavam quem me batia e não dizia por medo deles me considerarem doido.
Um dia, só ouvi alguém
gritar para mim para fugir e fiquei sem entender. Ouvi sirene da polícia, um
cara apareceu do nada com uma faca apontando para mim e me levaram à delegacia
para depor. “Seu delegado, estou sendo sincero, não sei o que aconteceu. Só não
quero ser internado em um Hospício”.
Confesso, quis matar
este cara metido a besta! No início, quando menino, queria brincar com ele,
porém, nem ligava para mim e ia embora com aquele olhar distante.
Fiquei com raiva e
comecei a bater nele e continuava a não me enxergar. Meu ódio cresceu ao longo
dos anos. Então, já que nunca me viria, peguei uma faca e corri em sua direção.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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