Vendaval
* Por
Carmo Vasconcelos
Entre nós existia um espesso véu
crivado de poente e de estrelas.
adormecidos sois, exangues velas,
bailando em nossos sonhos de Morpheu.
Mas eis que um vendaval rompeu no céu,
arrombou-nos as portas e janelas,
nos tetos, sangue quente pintou telas
e roto o véu, tombei no peito teu!
E agora, entontecida, atordoada,
não sei, amor, se estou acordada
ou se me imolo em chamas de paixão.
Só sei que morro em vida, coração!
vagando á toa, nave desnorteada,
até que possa aportar na tua mão!
*
Escritora portuguesa, poetisa, declamadora, tradutora e revisora literária.
Tão forte, Maria do Carmo, que dá simultaneamente medo e vontade de sentir isso que você sente.
ResponderExcluir