quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Ignorância


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Das vezes dá um cansaço
no lombo da nega velha.
A Lua tão bonita lá no céu
que  ilumina as taperas
de um povo tão sofrido
e tão conformado.
De um povo que se consola
com o cadinho do quinhão.
De um povo que perdoa
fácil sem exigência.
Nega velha já cansou, resistiu
ao nariz empinado, aos modos
emproados de uma raça que
não tem raiz.
Raça boba que acha que sangue
tem tom, tem cor.
Negro, fosco, moço de furta cor,
quando o tempo se enjoar
da gente, não vai ter fila,
nem salão.
Tomara que Deus te acolha
sem consulta e perdoe
tua ignorância.

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


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