sexta-feira, 3 de julho de 2015

Dilema dos mundos


* Por Rodolpho Terra



Vivo no mundo real, um mundo difícil, duro, e muitas vezes injusto. O que antes, quando eu era menor, via, agora tenho dentro de mim. Começou externamente e então, de uma certa forma, isso conseguiu me penetrar, essa pressão, esse choque que me afeta, sempre de uma forma obscura.

Quando todos estão dormindo, acredito que não somente eu, mas vários outros que se libertam da inércia do nada, do estado sem atividade, viajamos a um mundo diferente, até então conhecido por muitos, fascinantemente bem. Sempre fui um grande freqüentador, sem saber o porquê. Mas nunca me queixei deles. São deslumbrantes, transcendentais, e sempre instáveis e perfeitos em simular a vida, tudo e todos que existem nela.

Talvez sejam sinais, talvez respostas, até agora não é de conhecimento de todos a causa dessas viagens incríveis. Uma coisa eu sei: no momento é o meu mundo favorito. E quando volto, diariamente, fico chocado de quão perfeito e cheio de vida é esse mundo, e choro algumas vezes de tão apegado que fiquei. Afinal, um mundo que aumenta o tamanho de todos os seus sentimentos e os coloca exatamente na melhor das situações, embora não para alguns, merece ser valorizado.

Ainda assim, infelizmente, esse não é o mundo definitivo. Creio que seja como eles dizem: “... é simplesmente como as coisas são...”. 



* Jornalista

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