sexta-feira, 15 de janeiro de 2010




Justo eu!

* Por Silvana Alves

Justo eu, que era dona de mim mesma; dona dos meus sentimentos, das minhas emoções, das minhas razões. Dona de mim, era o que eu era. Mesmo lá no fundo do poço levantei, ergui a cabeça e segui em frente, porque eu era dona de mim, dos meus atos, meus afetos, meus amores e por ora, dona das minhas conseqüências.

Justo eu, que não acreditava em contos de fadas e príncipes encantados, e abominava a idéia dele aparecer num cavalo branco. Afinal, histórias assim somente em enredos da Disney e filmes de Hollywood.
Justo eu, que sempre pisei com pés firmes no chão, até mesmo quando me sentia nas nuvens, justamente para que a queda não fosse alta e nem dolorida. Justo eu, que mesmo não aceitando mais os amores e paixões, sempre estava ali, apoiando as amigas e amigos, e hoje percebo que muitas das vezes fui dura. Dura por não entender o que eles sentiam.

Justo eu, que vivia somente em busca do sucesso profissional, das paixões pelos amigos e da família, da curtição, das baladas... Justo eu, que sempre dizia: “sofrer por amor, é ruim... eu sou mais eu! Ninguém merece minha lágrima”.

Justo eu, que sempre fui sincera demais, falando sempre quando tinha certeza e muitas das vezes sem medir as palavras acabava resultando em mágoas e desentendimentos. Justo eu, que preferia me apoiar numa dança a numa paixão, porque muitas delas não são correspondidas, e a dança tem o poder de corresponder na alma.

Justo eu, mudei por quê? Justo eu, hoje, ando medindo às palavras pra falar, assisto enredos de “love story”, e me esqueci por um momento que a “life is the short” Justo eu, hoje aceito essa frase de Shakespeare “Ninguém é perfeito até que você se apaixone”.

Justo eu!

* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.

2 comentários:

  1. A razão sempre foi o meu norte, no dia em que
    a destronei, descambei em poesias...hoje sou mais
    paixão.
    Beijos

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  2. É, Silvana! Justo nós, que tentamos escapar, somos arrebatadas pela paixão! Não há como escapar! Beijos!

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