sábado, 4 de fevereiro de 2017

Torto


* Por Clóvis Campêlo

Quando a morte a ti trair
e enganar-te a inteligência,
não penses pedir clemência,
nem peças para sair.

Vista-se com domingueira,
enfeite o leito com flores,
disfarce com mil odores
a hora que é derradeira.

No entanto, se alguém em "ais"
liberta gritos primais
em ânsias de despedida,

mostre-lhe um riso morto
- o certo se escreve torto -
e apenas é o fim da vida!

Recife, 1991

* Poeta, jornalista e radialista.


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