quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ruínas da contemporaneidade ou pós-modernismo em ruínas


* Por Jomard Muniz de Britto


Os leitores (im)possíveis e ou dialógicos podem começar escolhendo o título. Mesmo que seja outro, outros. Nossa ainda precária convicção nos desloca-dos dualismos. Certo/Errado. Bem/Mal. Ideológico/Complexidades. Fissuras. Se somos ALGO incompreensível, nossos discordantes seriam muito mais. Perdidos e brincantes entre OUTROS CRÍTICOS.

Território movediço de linguagens. Por que não divertir-se e até perverter-se com Dicionários? Dialéticas revisionistas. Demandas. Ocupações. Confrontos.

Não conseguimos escapar das citações, desde que o citacionismo foi considerado uma das características redesenhadas da pós-modernidade. Lembram-se de Ana Mae Barbosa? Travessias da criticidade na ArtEducação.

Dos polêmicos pré-socráticos ao corajoso Foucault. Do eterno Nietzsche ao contemporâneo Agamben. Da “ideia de matéria” às ideações da morte e do despertar. Ideias e interatividades em busca de leituras transversais. Todos retornos a nos consumir, alumbrar e desnortear.

Nunca um prefixo foi tão superestimado: TRANS… Dos gêneros às historicidades masculinas, femininas, neutras. O GOOGLE transformou-se na Enciclopédia como neon-tesouro da juventude. Tudo com a maior e melhor pressa ou compressa?

Quase todas heranças e errâncias no jogo mais do que lúdico das desterritorializações. (Lembram-se do HOMO LUDENS?) Que enorme palavra desconstruindo territórios? Atenção para o refrão: é preciso estar atento para pronunciá-la com a melhor dicção e gestualidade. É preciso e urgentíssimo, como se fosse possível.

Em tudo, a favor e contra todos os solitários e até mesmo solidários das conversações ANALíticas. Perseguidores e releitores de FREUD podem virtualizá-lo em qualquer parte, partido alto ou partituras operísticas e orfeônicas. VALE QUANTO PESA a sabedoria de Silviano Santiago ou Pedro Américo de Farias. Coisa e coisas do mundo, encontros e desatinos.

A psicanálise selvagem jamais será domesticada, mas continua atordoando lembranças de Heráclito a Roland Barthes. Escutas para qualquer es cre vi ven do ou ESCRIDURA.

O que Ezra Pound ensinava com indócil pedagogismo, fazendo a hierarquia entre Inventores/Mestres/Diluidores, foi TRANStornado pelos direitos e avessos do KITSCH. Este vocábulo saiu de moda? Foi um rio que repassou em nossas vidas secas e universitárias? Assim, tal e qual nada igual, a serialidade inventivo-mercadológica veio situar nosso ROMERO BRITTO no ápice de autores consagrados como Paulo Coelho. Sangrados por OUTROS CRÍTICOS. Traduzidos universalmente. Podem CRERRRRRRR.

Portanto, não estamos ofendendo ninguém quando nos surpreendemos com a voracidade do neon-capitalismo de sempre. Além e aquém dos GOVERNOS, mas bem dentro do K, do CAPITAL com seus abismos, delações e contradicções.

Sem outras alternativas, continuemos vampiros hipnotizados pelo enorme talento das improvisações. Lúdicas e guerrilheiras por amadorismo. Pelo jogo dos EDITAIS e empreendedores dos Fundos de Cultura. Continuemos miXturando as flores das recorrências com espinhos das estranhezas. Alhos e bugalhos dos tropicaIismos e ainda tropicologias com Y. Nossa memória errante enquanto exercício de sujeitObjetos. Subjetivações em PERMANÊNCIA transitando pela IDADE DA TERRA ao perspectivismo dos antropólogos em círculos de cultura. Relembram-se de Paulo Freire agora denegado em nossa (?) PÁTRIA EDUCADORA? Até quando, ainda perguntaria O PALHAÇO REDEGOLADO?

O que desejamos para OUTROS CRÍTICOS afro-descendentes, indigenistas, telespectadores da AVENIDA BRASIL em folias? Nosso ID oscilando entre astrológicas ocultações e OCUPAÇÕES autossuperadoras. Nosso EGO perdurando entre Narcisos e demais FUNDAMENTALISMOS. Nosso SUPEREGO atravessando ciladas pelos idioletos no horizonte das imprevisibilidades. O que fazer com nossas RUÍNAS para todos bem e malpensantes?

Do mais antigo jornal em circulação na América Latina – DIARIO de PERNAMBUCO – aos confins do mais saudável anarquismo conscientizador das OCUPAÇÕES.

Além das alternativas missionárias pela CAIXA CULTURAL, ocupemos ESTELITAS, UNIVERSIDADES, Avenidas, Praças, Largos entre O GALO DA MADRUGADA e o BLOCO (filosofante) do NADA. Dialética sem SÍNTESE recuperadora? Diálogo transtornado pela Dúvida Permanente para todos, alguns e ninguém.

Publicado originalmente na revista Outros Críticos #7 – versão da revista on-line | versão da revista impressa.

* Poeta e escritor.


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