Emoções soltas
* Por
Flávia Gomes
O que fazer quando a
única vontade é de chorar? Por que o conselho não é o mesmo quando me dizem
para sorrir? As emoções deveriam ser equilibradas. E o conselho deveria sempre
ser: ponha para fora suas vontades. Essa mania de controle. Quem somos nós para
controlar nossas emoções?
Acredito que todos
desejariam ter seus próprios controles ao alcance da mão. Quem sabe um
controle-remoto para que pudéssemos zapear dentro de nossos próprios canais. A
programação de uma vida. Ou uma vida muito menos programada. Tiraríamos os
medos, frustrações? Perguntaríamos mais, arriscaríamos mais?
O que faríamos para
não deixar o medo da resposta sufocar a pergunta? Como viver deixando tudo para
trás e ficando leve, carregando apenas o que necessitamos na jornada a cada instante?
Mas jornada para onde? Como saber o que é preciso carregar? A cabeça pesa tanto
quanto a mochila cheia de tralhas. Que bom seria viver a vida sem carregar
nada! Imagine a leveza de cada um de nós. Talvez desse até para voar.
Carregaríamos apenas
corações remendados, com pedaços de outros, com alguns buracos. Um coração
parecido com uma colcha de retalhos. Cada emoção com uma cor, uma estampa, um
desenho diferente. Falaríamos com todos pelo caminho, satisfazendo todas as
nossas vontades. Vivendo um dia de cada vez.
*
Jornalista
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