quinta-feira, 9 de junho de 2016

Emoções soltas

* Por Flávia Gomes


O que fazer quando a única vontade é de chorar? Por que o conselho não é o mesmo quando me dizem para sorrir? As emoções deveriam ser equilibradas. E o conselho deveria sempre ser: ponha para fora suas vontades. Essa mania de controle. Quem somos nós para controlar nossas emoções?

Acredito que todos desejariam ter seus próprios controles ao alcance da mão. Quem sabe um controle-remoto para que pudéssemos zapear dentro de nossos próprios canais. A programação de uma vida. Ou uma vida muito menos programada. Tiraríamos os medos, frustrações? Perguntaríamos mais, arriscaríamos mais?

O que faríamos para não deixar o medo da resposta sufocar a pergunta? Como viver deixando tudo para trás e ficando leve, carregando apenas o que necessitamos na jornada a cada instante? Mas jornada para onde? Como saber o que é preciso carregar? A cabeça pesa tanto quanto a mochila cheia de tralhas. Que bom seria viver a vida sem carregar nada! Imagine a leveza de cada um de nós. Talvez desse até para voar.

Carregaríamos apenas corações remendados, com pedaços de outros, com alguns buracos. Um coração parecido com uma colcha de retalhos. Cada emoção com uma cor, uma estampa, um desenho diferente. Falaríamos com todos pelo caminho, satisfazendo todas as nossas vontades. Vivendo um dia de cada vez.


* Jornalista

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