Astros do ensaio
O Brasil tem produzido, ao longo dos
anos, excelentes ensaístas, que não ficam nada a dever aos grandes astros do
gênero, de outros países. Pode-se afirmar que, diariamente, em especial nos
meios acadêmicos, são produzidos primorosos ensaios, divulgados, via de regra,
em meios específicos da internet. Basta acessar esses sites e/ou blogs, e
conferir.
Para não cometer injustiças, e nem
causar melindres, cito, apenas, alguns desses autores, e de um passado na
verdade ainda recente. Estão, neste caso, Augusto Meyer, Alceu de Amoroso Lima,
Gustavo Corção, Sérgio Milliett e o diplomata Álvaro Lins, com seu instigante
livro “A glória de César e o punhal de Brutus”.
Portugal, por sua vez, conta com poucos
ensaístas ilustres. Destes, destaco, é claro, Alexandre Herculano (uma espécie
de mito na literatura de língua portuguesa) e Antero de Quental. Entre os
espanhóis, deve ser, forçosamente, mencionado, além do poeta Miguel de Unamuno,
o filósofo José Ortega y Gassett, um dos meus ensaístas preferidos.
Dos norte-americanos, já enfatizei a
atuação, em considerações anteriores, de Henry David Thoreau, cujos textos
integram todos os currículos de literatura inglesa das escolas dos Estados
Unidos. Mas não podem ser omitidos os nomes dos extraordinários filósofos Ralph
Waldo Emerson e Will Durant (este último, autor dessa autêntica jóia literária
e filosófica que é o livro “Filosofia da Vida”). James Lowell, igualmente, não
deve ser esquecido.
Em língua germânica, os ensaístas que
mais chamam minha atenção são Thomas Mann, Hannah Arendt e Stefan Zweig
(húngaro de nascimento, que teve fim trágico, aqui no Brasil, ao cometer
suicídio).
Entre os russos, apesar de algumas
restrições, o destaque vai para Leon Tolstoi, em sua fase mística. Muitos
críticos literários entendem que essa foi a etapa da sua decadência literária,
em que teria escrito textos de qualidade inferior. Pode ser. Ainda assim, nos
legou, nesse período, alguns ensaios de imensa sabedoria e profundidade.
Os ensaístas mais conhecidos (e mais
lidos) são, todavia, tanto os franceses, quanto os ingleses. Na França, além de
um dos criadores do gênero, Michel Eyquem de Montaigne, não podem ser omitidos
nomes como os de Montesquieu, Voltaire, Hippolyte Taine, Jean de La Bruyere,
Charles Auguste Saint-Beuve, Paul Valéry, Albert Camus e Marguerite Yourcenar,
entre tantos e tantos outros.
Já na Inglaterra, temos uma quantidade
tão grande de notáveis ensaístas, que dificilmente não irei me esquecer de
algum bastante destacável. Afinal, não possuo tão boa memória quanto desejo.
Além de Francis Bacon, nomes que não
podem ser omitidos jamais são os de John Locke, Abraham Cowley (poeta), Daniel
Defoe (jornalista), Joseph Addison, Richard Steele, Alexander Pope (o único a
produzir ensaios em versos), Samuel Johnson, Henry Fielding, Oliver Goldsmith,
Thomas Carlyle, Percy B. Shelley (poeta), Thomas Macaulay, William Thackerray e
George Orwell, principalmente.
Que time de craques, não é mesmo?!!!
Que tal você, paciente leitor e que tem pretensões a escritor, se aventurar por
este gênero, que parece tão simples, mas que envolve tamanha complexidade, em
decorrência das idéias com que os ensaístas trabalham?! É um belo desafio ao
seu talento e criatividade. Espero, um dia, ler um livro de ensaios seu,
combinado?
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Nem imagino o que possa ser escrever coisas desse tipo.
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