sábado, 12 de outubro de 2013

Adonai, Alá e Bush  (em duas partes)

* Por Mariella Augusta


Uma res vermelha me olha triste;
No seu pescoço aparece a sombra de um risco fatal.
É a cantiga de sua hecatombe  que atravessou o tempo

Onívoro, protéico
O homem rasga a res 

Tudo para o homem é res
Da lingüística à moral

O homem é res
Do homem aos deuses

Uma res me olha triste
E eu me reconheço

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 - Mamãe a  guerra é justa?
- Sim, claro.
- Mas mataram crianças libanesas.
- Tudo bem não eram as crianças escolhidas.
- Eu sou uma criança escolhida?
- Claro, seu pai advogado de banco.
-Mamãe, por que os israelense fazem mais feridos,  eles são mais maus?
-Não. De jeito nenhum. Muitas crianças judias morreram de forma horrível na segunda guerra. Eles sofreram muito.
-Mamãe foi um libanês que fez isso?
- Não. Foi o homem que mandava na Alemanha. E tentou mandar no resto do mundo.
- Foi o Bush?
- Claro que não. Ele era o homem mais mau do mundo.O Bush protege Israel, não fale bobagens.
-Ele é escolhido?
-Não, ele é quem escolhe.

* Bacharel em Direito, mestranda da FFLCH (USP), escritora, autora de “O  Fio de Cloto”, livro de contos prefaciado por Bruno Fregni Basseto, grande filólogo e vencedor do Prêmio Jabuti. Publicou crônicas no “Jornal das Artes” e artigos em várias revistas acadêmicas.


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