terça-feira, 6 de abril de 2010




A longa espera

* Por Talis Andrade

O doloroso da solidão
este desespero sem espelhos
Este silêncio coxo sem esperança
sem o descanso de um corpo noutro corpo
A cambaleante andança
de emparedado em asfixiante câmara
A vigília o desamparo
na noite derradeira
a velha senhora
apresente sua corrupção
A velha senhora de amargo nome
apareça A cabeça de serpente
de atemorizante fascinum
ou com o medonho semblante
de ensangüentada espada
no formato duma alfanje

O doloroso da solidão
esta vigília este desamparo
A solidão torna longa a noite
A solidão torna escura a noite
A escuridão faz crescer o medo
o medo da escuridão maior
que nos espera lá fora

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

3 comentários:

  1. Solidão que para muitos é de
    puro desamparo.
    Escuridão que laça e aflige.
    Hoje não sinto mais o peso da
    solidão, aprendi a me enxergar no escuro.
    Abraços amigo

    ResponderExcluir
  2. Bárbaro! Que imagens lindas!"...solidão este desespero sem espelhos...". Estes são versos de um poeta que tem e sabe o que dizer. Amei!

    ResponderExcluir
  3. Que bom que gostaram. Fico contente. Sou fã de Lírio do Prado e de Nubia.

    ResponderExcluir