sexta-feira, 5 de março de 2010




Pílulas literárias 40

* Por Eduardo Oliveira Freire


SILÊNCIO

O casal percebia que quanto mais se falavam, transformavam-se em dois pontos sem ligação e que um intervalo-cratera os separava cada vez mais. Entretanto, quando estavam calados, uma ponte surgia, unindo-os novamente.

“ TEM PESSOAS QUE PARECEM INSETOS NA LUZ...”

Foi para o quarto e se olhou no espelho. As marcas de queimaduras e o par de asas transparentes emolduravam seu corpo.

POSSE

Fazia de tudo para prolongar a vida da amada, que a cada dia perecia. Mas, um dia, a amante o traiu com um anjo, que a levou para o céu.


* Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, pós-graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e aspirante a escritor. Blog:
http://duduoliva.blog-se.com.br/blog/conteudo/home.asp?idblog=13757

2 comentários:

  1. Palavras tomam espaço
    fazem barulho.
    O silêncio revela muito
    mais.
    beijos

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  2. Sobre o silêncio entre o casal, na vida o silêncio afasta, mas na sua pílula, aproxima. Tão díspares que melhor seria se desfizessem o par.

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