sábado, 16 de janeiro de 2010


Se limparam com meu artigo

* Por José Calvino de Almeida Lima

Por mais bombástica e sensacionalista que possa parecer uma notícia, o seu tempo de sobrevivência não ultrapassa mais de 15 dias na mente e nos comentários das pessoas. Desde os grandes atentados, bem como a morte de personalidades, entre milhares de outros temas, as pessoas simplesmente não suportam mais falar sobre esses assuntos: são comentários da mesmice que já não dão audiência e, conseqüentemente, entram no esquecimento coletivo.

As notícias chegam em todos os rincões do planeta em tempo real. Interligando fatos, fotos e as notícias. A televisão consegue resguardar todos os seus arquivos através dos vídeotapes, possuindo assim grande acervo de todos os registros de ambos os séculos. A radiodifusão mantém seus arquivos históricos através dos sons gravados, com riqueza de notícias que marcaram a presença do rádio na vida das pessoas. Ao contrário dos jornais que devem manter grandes arquivos fotográficos e de conservação dos papéis. Alguns desses artigos são microfilmados e fazem parte do acervo de muitas bibliotecas, constituindo-se em uma rica fonte de informações.

Todavia, os velhos jornais são os que têm maiores serventia para o povo em geral. São usados como embrulhos e alguns casos servem até de papel higiênico! Lembro-me quando num belo dia, estava no Beco da Fome, e fui surpreendido no tratamento de um artigo sobre o reformador Calvino, que encontrava-se no cesto do lixo, substituindo o papel higiênico. A gozação dos presentes foi geral, conseqüentemente não pude deixar de achar graça em toda aquela situação.

Entrei no clima da brincadeira e resolvi escrever este artigo. Ele retrata com exatidão os caminhos tortuosos dos velhos jornais que tem alguma serventia para milhares de pessoas as quais não conseguem adquirir o velho e útil papel higiênico. Demonstrando assim o quanto nos distanciamos dos países de primeiro mundo, que mantêm o hábito da leitura dos seus periódicos como fonte de informações, entretenimento e lazer, tão longe dos bueiros e dos esgotos de suas cidades.

* Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo e poeta, membro da União Brasileira de Escritores, UBE-PE . Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e em vários sites... Tem 11 títulos publicados, todas edições esgotadas. Recentemente, integrou-se na Antologia (Poetas Independentes).

8 comentários:

  1. As notícias transitam a uma velocidade
    sem medida. Se repetem, se esgotam até que
    já desgastadas mudemos o canal ou então
    embrulhamos o cocô do cachorrinho...
    Abraços

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  2. Este é o problema: o 'esquecimento'. São tantas informações, acerca do mesmo e de outros assuntos chegando ao mesmo tempo, carregadas de sensacionalismo e demagogia que acabam por levarem as pessoas à exaustão. No entanto, os problemas sociais permanecem, nada é solucionado por completo.

    Tomemos como exemplo o caso de Geisy Arruda, um fato que encheu o saco. No entanto, a violência contra a mulher, o machismo ridículo e inútil, o preconceito e ainda, indo mais longe, o problema da educação continuam aí. Até que outra "novela" apareça...

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  3. Por mais chocante que seja uma notícia, em cinco dias as pessoas estão esgotadas, e nem requentando é possível maior interesse pelo fato.

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  4. Salve, José Calvino. Prazer imenso encontrar um poeta independente do Recife neste espaço. Que venham mais, poetas, e mais textos seus, Calvino.
    Abraço.

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  5. Nubia, Gigi e Mara Narciso, muito obrigado. É como Urariano diz: "Um escritor não existe sem leitores".
    Abraços do,

    José Calvino

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. A opinião de um grande escritor como você, é sempre bem-vinda. Grato pelo comentário.
      Abração do,
      José Calvino
      RecifeOlinda

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  7. Excelente terxto, José Calvino, parabéns!
    É triste ver que no Brasil pouquíssimas pessoas lêem jornais. Tenho um colega, que me disse não ler jornal porque era mais fácil assistir televisão e não lia livros porque, se forem bons, logo viram filme. Avalie!

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