terça-feira, 12 de janeiro de 2010




Quando a terra tremeu

* Por Evelyne Furtado

Enquanto pensava sobre o que escreveria a terra tremeu por aqui. Não senti, confesso, mas o apresentador do jornal da TV local sentiu e não disfarçou.

Não sei bem a razão pela qual não percebi o que aparentemente todos perceberam, mas desconfio: meus pés não estavam no chão, a minha cabeça estava muito longe e o tremor foi rápido.

Dei graças pela rapidez e pequena intensidade do tremor de terra. Mas tenho que tomar providências rápidas quanto à tendência a me perder em abstrações.

Deixo com a natureza o que é dela, esperando que a acomodação da terra se dê com suavidade e sem maiores transtornos. De minhas acomodações cuido eu com o máximo de respeito também.

De volta ao solo, dou passos aliviados, porém cautelosos em direção ao futuro, nesse janeiro quente como Deus quer.

A cidade só tremeu um pouquinho; eu já tremi com mais intensidade, por isso todo cuidado é necessário.

* Poetisa e cronista de Natal/RN

5 comentários:

  1. Como se diz aí na sua terra Evelyne: " Em terra de sapo, de cócoras com ele". Se a terra treme- e não foi um tremorzinho não, - foi de 4 graus na escala Richter-, você vai com ela, sem tremor, e sem temor, apenas aquele leve tremular de uma expectativa boa, quando a gente vai encontrar com o primeiro namorado. É muito bom isso!

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  2. As expectativas me fazem tremer.
    Um bom dia cheio de reticências...
    A terra, é bem capaz que eu nem perceba.
    Adorei Evelyne.
    Beijos

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  3. Evelyne querida

    Às vezes há tempestades, terremotos tão grandes na alma da gente, que esses reais, exteriores nem percebemos, não é?
    Beijos

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  4. Pois é, trocamos emails quase em tempo real com o ocorrido. Sorte sua - e nossa - ter escapado ilesa e nos brindar com textos assim. Um beijo, amiga.

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  5. Mara: esse eu não senti, mas lembro de outro quando minha filha tinha meses e foi um susto grande.
    Núbia e Risomar: o tremor passou despercebido em meio aos pensamentos. O mundo interior é tão presente (ou mais, às vezes) que o exterior.
    Marcelo: eu tinha terminado de escrever esse texto, após o tremor, quando trocamos e-mails.

    Até aqui parece que foram apenas abalos isolados (o de sábado só tomei conhecimento ontem, rs).
    Beijos e obigada, queridos.

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