terça-feira, 12 de janeiro de 2010




O rio sem volta

* Por Talis Andrade

A vida um bem
que não se repete
para ninguém
Um rio que corre
e por isso
nos foge

Um rio
de águas mansas
a avançar
por floridos campos

Um rio
de águas tortuosas
que escapa
por escarpadas
vias
cavadas
nas rochas

Ninguém se lava
nas mesmas águas de um rio
A vida apenas tem
passagem de ida

É tudo aqui-e-agora
A morte não espera
a hora
Nem a sorte
bate duas vezes
na mesma porta


(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).





4 comentários:

  1. Gosto de observar o rio.
    Tudo o que jogam em suas águas
    não voltam mais...
    Flores murchas, bilhetes de despedida,
    lembranças.
    Adorei Talis.
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Sinto um fascínio muito grande por água,seja doce, salgada, para mim ela é sempre um misterio insondável.
    Adorei seu poema, Tális!

    ResponderExcluir
  3. Saudade dos rios da minha infância. Mesmo assim, ainda há rios. Belo!
    Destaco:
    "A vida apenas tem
    passagem de ida"
    É um alerta. Fiquem vivos!

    ResponderExcluir
  4. O rio da vida flui sereno em teu versos, Talis.
    Há nessas águas um desespero sem tango e sem bolero.
    Abraço.

    ResponderExcluir