sábado, 9 de janeiro de 2010


Busca de consenso

Caríssimos leitores do Literário, boa tarde.
Há um dito popular antiqüíssimo, tão usado que se transformou há muito tempo em clichê (que remonta, talvez, à guerra de Tróia, magistralmente descrita pela pena mágica de Homero), que diz que “ninguém consegue agradar a gregos e troianos”, não pelo menos simultaneamente. Infelizmente, porém, a contrapartida é verdadeira. Não é nada difícil desagradar às duas partes ao mesmo tempo. Ou seja, o único consenso possível é o negativo.
Por melhor que você escreva, por exemplo, sempre haverá quem encontre mil defeitos no seu texto. E estes vão dos ostensivos aos sutis e quase imperceptíveis. Uns poderão dizer que é extenso demais e que a maior parte dele é mera enrolação. Outros, por sua vez, poderão achar que o autor deveria se estender um pouco mais. Uns talvez o achem erudito em demasia. Outros, no entanto vão achá-lo sumamente primário. Uns descobrirão erros gramaticais no que foi escrito, mesmo que não haja nenhum (há uma infinidade de pessoas que acha que conhece as regras do idioma, mas as desconhece quase que por completo). E vai por aí afora.
É muito complicado, e raro, o consenso, seja no que for. Por isso, meu trabalho de “pilotagem” do Literário agrada a alguns (cerca de 40% dos que se manifestam a esse propósito) e desagrada a muitos (os outros 60%, claro).
Há quem critique, por exemplo, o fato da edição ser “vertical”. Isso não é culpa minha. São os recursos proporcionados pelo espaço que ocupamos. Também gostaria de outro visual. Sei que o ideal para nós seria termos um site próprio. Todavia, isso implica em custos. E, para ser coerente, como não pago nada para profissionais do texto colaborarem com o Literário, não tenho o direito de exigir-lhes, também, que despendam nem que for um mísero centavo.
Outra crítica que recebo, amiúde, refere-se ao fato dos textos serem “monocromáticos”. Tudo bem, tentarei fazê-los coloridos. Se o visual não ficar bom e mais parecer um carnaval, não haverá problemas: voltarei à forma antiga. Costumo pecar sempre por ação, jamais por omissão.
A tipologia empregada é outro senão que alguns mencionam em nossas edições. Também farei a experiência de mudá-la. E tal como acontece em relação às cores, procederei do mesmo modo, ou seja, se não agradar, voltarei atrás.
Sou um sujeito teimoso, mas apenas na busca do sucesso. No mais, mudo de opinião sem qualquer problema. Quem me conhece sabe que sou liberal e flexível, a despeito da minha já avançada idade (em 11 dias, em 20 de janeiro, completarei 67 bem-vividos anos de idade). Minha teimosia é quanto à procura do impossível, ou seja, do consenso, de agradar, ao mesmo tempo, a gregos e troianos.
Se vou conseguir? Provavelmente não! Mas seguirei tentando, e tentando e tentando indefinidamente. Há muitos outros defeitos apontados em minhas edições. Tentarei corrigi-los à medida que forem sendo detectados. Alguns criticam-me por, eventualmente, deixar escapar erros gramaticais (e até de grafia e digitação). Outros, já me fazem a crítica contrária. Acham que mexo muito nos textos e que deveria deixá-los da forma que recebo, mesmo que errados.
Quem, de uma forma ou de outra, lida com o público sabe o quanto é difícil e frustrante agradar a todo o mundo. Nem Jesus Cristo conseguiu essa façanha. Mas não me importo com esses reparos. Aliás, me importo sim, mas não no sentido de me sentir ofendido, mas de melhorar o que possa ser melhorado.
Quanto à freqüência em nosso espaço, não nego que sonho com milhares de acessos diários. Mas se isso não acontecer... não deixarei de editar este espaço, pelo qual tenho tamanho carinho. Mantenho um blog particular, “O Escrevinhador”, que há seis anos está às moscas, e nem por isso desisti. Não sou de jogar a toalha e me dar por vencido.
Destaco que sou, simplesmente, jornalista e escritor e que, por causa disso, não entendo bulhufas de informática. Mas sou curioso e aos poucos vou descobrindo recursos que me permitam fazer um Literário mais preciso, com melhor conteúdo e mais bonito de se ver.
Nesse ponto, sim, sou teimoso. Embora tudo indique que o tal ditado que citei seja exato, farei das tripas coração para agradar tanto a gregos quanto a troianos. Terei sucesso? Não sei! Vai depender tanto dos gregos, quanto dos troianos, evidentemente.

Boa leitura.

O Editor.

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2 comentários:

  1. Pedro, a sua boa vontade é surpreendente. Podem te chamar de teimoso, ou de outros adjetivos. Acho-o flexivel, e não creio que 60% o achem mau editor. Para aferir sua popularidade, que tal colocar um marcador? Acha que seria provocativo e assim chamar análises negativas que de outra forma não seriam manifestas? Eu só não gosto mais do Literário do que você. De resto a minha avaliação é positiva.

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  2. Gostei desses textos coloridos. Ficaram mais claros de ler e diferenciam os autores. Estou pensando em adotar no Tudo Cultural também.

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