terça-feira, 17 de setembro de 2013

Mascarados

*Por José Calvino

Passeata dos mascarados;
Eram ladrões?
Foram revistados;
Eram cristãos?
- Manifestantes.
Transgrediram leis;
Mas eram vândalos?
Se sentiram carnavalescos;
Fizeram escândalos?
- Se viram sem bloco.
Fizeram desordens;
Eram da polícia?
Não fizeram alegria;
Foram com malícia?
- Não tinham flores.
Divulgaram fúrias;
Manifestaram morrer de amor?
Receberam injúrias;
Mas tinham amor?
- Sim, à Pátria.

Recife, setembro 2013.

*Escritor, poeta e teatrólogo. Blog Fiteiro Cultural – HTTP://josecalvino.blogspot.com/


2 comentários:

  1. Acredito que quem quebra não tenha amor, apenas desamor.Talvez ódio a alguma coisa que nem sabem exatamente qual é. Quem é bom é você, José Calvino, que acha poesia até em gestos extremados como foi o quebra-quebra de sete de setembro. Muitos protestadores pacíficos não compareceram com receio das ações dos vândalos e da polícia, que não estava lançando flores em ninguém também, mas cumpria com seu dever.

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  2. Os princípios democráticos em qualquer nação livre baseiam-se no senso de justiça de todas as instituições de governo, entre as quais deve existir o respeito mútuo. Quando publiquei o meu terceiro livro “ O Cristo Mulato”(1982) ele não agradou, é claro, nem ao governo militar, nem à igreja. Nele, eu mencionava: “(...) Se o povo soubesse a força que tem, ah! Só bastaria a metade daquele povo que acompanha o Clube Carnavalesco ‘O Galo da Madrugada’, que sai do Recife nos carnavais arrebanhando uma multidão incalculável, para se rebelar contra este desgoverno...”

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