segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A pauta é religião

* Por Roberto Corrêa

Os assuntos em evidência são cansativos e repetitivos, de modo que precisamos fugir deles: o voto decisivo sobre os embargos infringentes do mensalão que todos sabem qual será, o futebol exaustivo dos diversos torneios, o julgamento de crimes antigos, as novidades dos recentes crimes, etc.etc.

Aí precisamos muitas vezes retornar aos princípios religiosos que podem ajudar a aumentar a nossa fé, pois ateus e descrentes, no cotidiano, muitas vezes nos azucrinam com seus argumentos que tendem a enfraquecê-la, quando a missão de todo cristão é propagá-la. Aquele velho argumento de que ninguém voltou da outra vida para confirmar que ela existe mesmo, volta sempre à baila, pois é de magna inteligência aceitar como reais coisas que não vemos ou apalpamos pelos sentidos.

Mas, se não existe outra vida, esta é plenamente absurda; por que respeitar as normas do direito natural e não agir apenas pelo instinto? E que bagunça resultaria da vida humana e do mundo, se não as respeitássemos?

Meus caros, o que necessitamos, em resumo, é aprofundar cada vez mais a fé que temos em Jesus abeberando-nos dos seus ensinamentos não só através da leitura das Sagradas Escrituras, mas da literatura abundante da Igreja, dos esclarecedores catecismos em suas diversas edições com eminentes comentadores e assim por diante.

O nosso saudoso professor de Direito José Pedro Galvão de Sousa, em seu Breve Catecismo Expositivo, que cito com frequência, nos esclarece bem sobre a fé: “ São Paulo faz ver que, das três virtudes teologais, a Caridade é a maior e permanece para sempre (1Cor 13,8 a 13), o que não acontece com as demais.

Com efeito, no Céu não haverá mais lugar para a Fé porque veremos a Deus. Aqui cremos; no Céu veremos. Nem para a Esperança, pois lá, já estaremos na posse de Deus, objeto da nossa Esperança enquanto peregrinamos pela terra. A Caridade, sim, permanecerá, tornando-se ainda maior.

A felicidade eterna consiste em contemplar e amar a Deus.” (pg. 48). Mas, para a conquista da eternidade feliz, como já temos salientado a Fé é absolutamente necessária: crer com toda certeza, naquilo que não vemos.

E aproveitando compulsamos o nosso velhíssimo II Catecismo da Doutrina com duas perguntas e respostas lá existentes ficamos plenamente esclarecidos sobre o problema da Fé; “podemos compreender todas as verdades da Fé? Não; não podemos compreender todas as verdades da Fé porque algumas dessas verdades são mistérios. Que são os mistérios? Os mistérios são verdades superiores à nossa razão, as quais devemos crer, ainda que não as possamos compreender.”

* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.


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