Vazia
* Por Osvaldo
Pastorelli
Vazia. A
minha mente está vazia. Vazia.Vazia.Tanta coisa as quais posso escrever e nada
me vem à mente. Rodopia sobre os objetos, sobre os acontecimentos que volteia
nesta manhã úmida onde a Paulista cinza escura fere meus olhos mortiços de
sono.
Cadê
minha capacidade de escritor? Aquele escritor que consegue tirar poesia até do
asfalto preto e sujo. Aquele escritor onde sua sensibilidade afinada com os
tempos faz sua crônica, seu poema, seu texto embevecendo o leitor. Onde está
esse escritor que há em mim? Não o acho. Está escondido por baixo de muitas
camadas de leituras solitárias sem ter como extravasá-las.
Minha
mente parece amassada por um espremedor retirando dela toda química necessária
para combinar as palavras que me azucrina em querer sair do anonimato. Palavras
que ricocheteiam na parede do cérebro transmitindo ordens aos dedos imóveis
sobre o teclado.
Sim, há
muita coisa ainda para ser escrita, e aos poucos serão extraídas suavemente ou
forçadas e serão impressas nessa tela hipnótica para o deleite de quem gosta de
ler. Agora, se o leitor gostar do que escrevo, bem... Isso é uma outra história
para quem sabe, uma outra crônica?
* Poeta e artista plástico
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