sexta-feira, 20 de novembro de 2009




Poeta negro eu?

* Por Samuel C. Costa

Poeta negro eu?
É minha tez
Minha cor de ébano...
É minha voz
É minha escrita...
Sonha negro
Pois hoje tu podes sonhar.
Com futuro melhor

Poeta negro eu?
Poeta cheio de lágrimas
Que cheira a passado
Sou no passado...
...com correntes nos pés.
Sou no passado
Com o punho cerrado
Coração amargurado.
São meus deuses...
Que venero às escondidas...
...da sociedade!

Sou artista venerado?
Poeta reverenciado?
Hoje já não choro
Não tenho lágrimas
Para chorar
Sou poeta a dançar
Na batida do meu coração:
Berimba
Berimbau
Salta...
Pula...
Sou ainda poeta?
Minhas tintas são negras
Têm o tom da minha pele!

Sou ainda poeta negro?
Martirizado
Às avessas
Perdido em um mundo
Que não é o meu
Sou ainda poeta negro!

* Poeta e cronista em Itajaí/SC

Nenhum comentário:

Postar um comentário