quarta-feira, 25 de novembro de 2009




Composição

* Por Suzana Vargas

Meu riso econômico
atravessa a rua estreita das casas.

Vem bater nas samambaias
de suas saias pende

Vai chocar-se contra as pedras
seus musgos
um sol de veludo

E se enrosca em lençóis
naftalina, rimas

Meu riso
adiante dessas coisas

Não sorri.

* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.

2 comentários:

  1. O riso adquire características do olhar.

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  2. Eu não consigo economizar no sorriso
    nem mesmo quando o cenário ao meu redor
    me agride. Mas, meu olhar...esse sim, me
    trai o tempo todo.
    Linda poesia.
    beijos

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