sexta-feira, 20 de novembro de 2009




A profundidade do mistral

* Por Solange Sólon Borges


Se eu fosse apenas agreste,
meu jardim permaneceria florido,
mas nem todas as flores são imunes
à fúria do mistral dentro da noite.

Cada pétala que se debruça
sobre a terra
é surpreendida pela alvorada:
resta sua penugem diáfana.

Claro sinal de que a esperança
retorna – semifusas eloqüentes –
e que as mãos que deram adeus
são agora vírgulas dobradas.


* Jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.

Um comentário:

  1. "E que as mãos que deram adeus, são agora vírgulas dobradas". Não sei se acho bonito pela forma ou pelo conteúdo que me dói. A emoção fica entre a alegria e o choro.

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