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Ademir da Guia
Por João Cabral de Mello Neto
Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o
Ritmo morno de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.
(Livro "Museu de Tudo").
Por João Cabral de Mello Neto
Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o
Ritmo morno de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.
(Livro "Museu de Tudo").
Grande, Pedro! Ótimo.
ResponderExcluirCabral é uma das nossas maiores vozes, um artista superior que devemos ler sempre e sempre, pois cada verso nos ensina como frutificar em meio à aridez.
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