quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Um modo


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Desenho em forma de poesia
aquilo que és incapaz de enxergar.
Desenho na dor que me assola
a certeza que o amanhã é fato,
e de que eu estarei atrelada a ele.
Desenho na apatia que contamina
o suspiro que me assalta, obrigando-me
a recuperar o fôlego.
Desenho na ausência que embaça
meus olhos, traços, pedaços,
fragmentos teus aqui e ali.
Desenho na doença que avassala
um corpo aparentemente perfeito
apenas a peculiaridade de um
esboço mal feito, que sujeito a vírgulas,
reticências ou intercessões, ás vezes
se antecipa num ponto final.

* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário: