Série
Jovens Adormecidos
* Por Eduardo Oliveira Freire
JOSÉ
A
mãe o chama. Ele está pescando no rio, retorna para casa e a mãe lhe diz para
se arrumar. José se apronta e espera o carro. Está habituado a ir àquela casa
que parece um castelo. Quando entra, mandam-no se despir e colocar uma venda
nos olhos. João se deita na cama e se deixa levar pelo sono. Nem percebe ser
observado e, às vezes, tocado levemente. Em casa tem tantos afazeres, que
este momento significa seu descanso.
***
ENTRE
O SONHO E A REALIDADE
Recebia
uma visita ao amanhecer. No espaço curto de tempo de abrir e fechar as
pálpebras via dois seios iluminados pelo sol. Desde pequeno, não acordava na
hora, mas, aos poucos, como se o tempo da alma fosse diferente do corpo.
Coincidentemente, uma prima estava passando uns tempos com o marido em sua
casa. Quando foram embora as visitações cessaram. Dois meses depois, sua mãe
recebeu um telefonema da prima, que a deixou muito contente. Falou para todos
sentados à mesa: “Clarice ficou grávida! Finalmente!”
***
A
AMANTE
No
escuro do quarto proporciona momentos de delírio ao amado e quando ele acorda,
dissipa-se com os primeiros raios de sol. Na cozinha, a namorada prepara o
café. Ele se aproxima e a beija. A amante repousa saciada no inconsciente dele.
***
DESESPERANÇA
Estava
tão desiludido com o caminhar da humanidade que pediu ao bruxo a maçã
enfeitiçada. Ao comê-la caiu nas profundezas do sono. A princesa não quis
beijá-lo, pois ele sofreria ainda mais quando visse tudo putrefato ao redor.
***
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Microcontos sutilmente eróticos, algo delirantes, estão se tornando sua especialidade, Eduardo. Sugiro que retire esta de aspirante a escritor. Por força das criações você é escritor, e acabou-se.
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