terça-feira, 20 de outubro de 2015

De perto ninguém é normal


* Por Evelyne Furtado


Dizem que a frase é de Caetano, mas já li que a autora foi a atriz americana Mae West (das antigas mas ótimas frases atribuídas a ela). Importa é que ninguém é normal de perto mesmo. Todos temos nossas esquisitices.

Mania, cada um tem a sua. Dizem. Eu tive várias. A mais antiga era pegar em meus cachos. Como hoje tenho menos cachos, estou quase curada. Roí as unhas quando era criança, mas logo que comecei cuidar delas, aos 16 anos, com uma manicure que passou uns 20 anos fazendo meus pés e minhas mãos, também me curei. Vejo aí uma mania boa. Mantenho pessoas que gosto por muito tempo perto de mim.

Tenho o hábito, que é diferente de mania, de comprar livros. Compro e leio, claro. Na época da faculdade, quando um professor indicava um livro de Direito, eu aproveitava para comprar uns dois romances.

O que mais gosto mesmo é de ler. Leio muito e alterno um tipo de literatura com outro. Ora viajo, ora aprendo. E vou lendo com muito prazer.

Ler e sonhar. Coleciono sonhos desde menina, sendo que os sonhos daquela época não tinham limites. Eram amplos, coloridos e felizes. A vida me ensinou que alguns sonhos se desfazem e quando isso acontece dói. Comecei, então, a pôr limites nos meus sonhos, o que faz com que eles percam um pouco a graça, mas é sinal de maturidade, acho.

Adoro canecas de louça. Tenho várias e também mantenho alguns vícios associados às canecas: café e Coca Cola Zero. Todos que me conhecem sabem e brincam com isso. Tomo cafezinhos a manhã inteira e não almoço sem coca zero.

Doidices? A última e mais contundente é a web. Adoro navegar na internet. Leio, escrevo, converso e conheço pessoas. Sou superligada mesmo. Por falar nisso, lembrei agora que coleciono blogs: com esse que divido com Fernandinha, são quatro.

Se coleciono blogs, tenho uma compulsão para escrever. Concentro-me e escrevo. Às vezes consigo um bom texto, em outras escrevo abobrinhas, mas nem ligo. Se bem que fico satisfeita quando produzo um texto que gosto.

Atualmente venho colecionando decepções com pessoas. Essa coleção é dolorosa e eu não a aceito muito bem. Sou uma pessoa bem-intencionada, leal e verdadeira. Mas não posso fazer com que se sintam assim em relação a mim, então farei o possível para não aumentar essa coleção.

Graças a Deus, coleciono gente boa e querida perto de mim. Fico feliz e segura em saber que com essas eu posso contar. Essa coleção é sem dúvida a mais bonita e mais importante para mim.

Sou meio doidinha, talvez, para quem tem como parâmetro uma pessoa convencional, formal e metódica. Mas para mim isso não é loucura. É um jeito aquariano de ser. Uma maneira de não levar essa vida muito a sério, pois os melhores momentos são espontâneos, não precisam de organização e método.


* Poetisa e cronista em Natal/RN



Um comentário:

  1. O dia a dia fica charmoso sob o seu olhar. Colecionar sonhos desfeitos, melhor não, assim como decepções. Que sua sensibilidade persista, para escrever de forma doce, mas que o sofrimento passe. Não vale a penas sofrer, mas quem disse que conseguimos obedecer?

    ResponderExcluir