segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Filosovida


* Por Alexandre Vicente


Chega um momento em que temos que refletir. Dar uma parada e avaliar o que foi feito. Conferir se o rumo tá correto ou se precisa de ajustes.

A vida segue tão veloz que não nos damos conta do que já fizemos, do que queríamos fazer e do que ainda queremos. Não estou falando de conquistas materiais. Isso também, mas não só. É preciso fazer um inventário geral. Pegar os velhos cadernos e agendas, a bússola, mapas e esquadros. Por tudo em cima da mesa e… medir. Distâncias percorridas, trajetos alternativos, atalhos equivocados ou providenciais. Estabelecer direções, reparar os malfeitos e valorizar o que ficou de lado. Orgulhar-se das vitórias e decisões acertadas, mesmo que estas não tenham sido boas para outros. Você é o ator principal e muitas vezes o que é bom prá você, não é bom para o outro. Mas se não foi antiético, imoral ou desonesto… valeu.

Não estamos aqui para agradar a todos. Estamos para evoluir. Viver. Ser o que nos faz feliz. Por isso inventarie a vida ocasionalmente. Pegue aquele problema que você deixou de lado e resolva. Tenha certeza que, se não fizer isso, ele vai se transformar num fantasma para te assombrar no futuro.

Deixar a vida te levar pode ser bonito na música, mas como filosofia de vida é questionável. Porque a vida deveria ter tanta autonomia assim? Leve a vida você também.  Se está ladeira abaixo, desvie dos buracos. Se ladeira acima, agarre-se nos galhos para subir com segurança. Mas nada dessa onda de “deixe a vida me levar”. Ela pode não saber para onde você quer ir.


* Escritor carioca

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