terça-feira, 30 de julho de 2013

Laura

* Por Eduardo Oliveira Freire

Olha através do espelho a tatuagem, um nebuloso labirinto de galhos e raízes em suas costas.

Lembrou-se que estava no metrô e não pensava nada importante, quando um homem apareceu de repente e lhe disse: - Faz tempo que a procuro.-. Laura não teve medo e começaram a conversar. Ele parecia ser tão culto, sentia-se envergonhada de não conseguir acompanhar a sabedoria dele.

Caminhavam pela cidade através dos olhos dele. Laura tinha a impressão que visitava outra cidade e não a que sempre vivera.

Em fração de segundos, tudo ficou em silêncio e o homem misterioso a beijou. Ela viajou para outros mundos de que nunca tivera conhecimento. A tatuagem, através dos lábios dele, adentrava no corpo de Laura.

Percebeu-se outra vez no metrô. Estava cansada, como se retornasse de uma longa jornada...

***
O homem misterioso caminhava feliz pela rua. Sentia o prazer de estar vazio.

 Com o passar do tempo, ficou cansado de tanto saber.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor


Um comentário:

  1. Seus contos dão nó na racionalidade. Misturam o real com o fantástico, dão um pouco de medo, abstraem e divertem. Impossível saber qual vai ser a próxima palavra, ou mesmo assunto.

    ResponderExcluir