sábado, 27 de julho de 2013

As árvores do Recife e as meninas da China

* Por Clóvis Campêlo

Se é verdade que o prefeito de Nova York está plantando um milhão de árvores pelas ruas da cidade americana, por que não fazermos o mesmo no Recife?

Apesar de ainda ser uma cidade bem arborizada, a nossa Mauriceia há muito teve a sua cobertura vegetal primitiva modificada pela invasão de árvores exóticas e estranhas à flora natural da Mata Atlântica.

Assim, entendo que replantar a cidade seria devolver ao seu solo estas espécies perdidas ao longo dos anos.

Quem sabe, assim, restaurada a sua flora, não teríamos também de volta a fauna sumida? Ao menos os pássaros que ocupavam os nossos quintais nos anos que já se foram e que não voltam mais: cibitos, sanhaçus, canários, curiós, patativas goladas e choronas, papa-capins, caboclinhos, sangue-de-boi e outros tantos que perderam espaços para os pardais alienígenas.

Repensar a cidade também pode passar por aí.

Mudando de assunto, nos últimos dias a imprensa brasileira tem falado muitas bobagens sobre a China. Por conta da Olimpíadas de Pequim, talvez.

Essa história das duas chinesinhas cantoras, por exemplo, a que cantou e a que encantou, é uma delas.

Eu, porém, com a minha ingenuidade de caboclo recifense, acho apenas que o talento de uma complementou o talento da outra com sucesso e bom-gosto. E ambas sorriram felizes, no final feliz. Afinal, o espetáculo não pode parar.

O ideário do mundo ocidental moderno gosta de se alimentar destas besteiras sem fundamentos e suas falsas indignações.

Enquanto isso, na sala de injustiças, os vereadores do Recife estão saqueando o erário público municipal...

E haja saco para aguentarmos tudo isso.


* Poeta, jornalista e radialista

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