terça-feira, 4 de maio de 2010




Nudez

* Por Evelyne Furtado

Despiu
"a velha roupa colorida"
um vento forte
sacudiu
a alma exposta de
verdades cruas
ruiu
imagem esculpida
dores ao mundo
expandiu
acordou dois dias após
em faces rubras sua nudez
cobriu.

* Poetisa e cronista de Natal/RN

3 comentários:

  1. Evelyne,

    Vi no seu texto um paralelo entre o "cair em si", lá no Eden do Gênesis, e a ruína dos sonhos de uma geração não tão antiga assim, cujos valores de juventude talvez sejam motivos de vergonha hoje...
    Curto porém contundente poema, cheio de possibilidades de interpretação. Parabéns.

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  2. Gostei muito do seu poema, Evelyne. Continue nos trazendo sempre sua poesia.
    Beijos

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  3. Estar nua e se sentir culpada pode fazer buscar as vestes. Roupas nos protegem dos outros e de nós mesmas. A vergonha da nudez acabou sugerida pelo desejo de se cobrir.

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