segunda-feira, 24 de maio de 2010




Sem pretensão

* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral

Não tenho um sobrenome
que me valha.
Ando de pés no chão.
Na lida não dou conversa.
Descanso?
Tenho não.

Com a paga de meu trabalho
do suor de um dia inteiro,
mato a fome dos meninos
e ainda sobra

um bocadinho pra
pagar a pretensão
desse caboclo matuto
que enxerga nas rimas
sonhos, cores, redenção.

Me permitam aqui
os senhores
que eu possa depositar
nessas mal traçadas linhas
o meu jeito de falar.

Que mesmo lutando
e às vezes sem muita
esperança,
aprendeu que pode sonhar!

Então comecei a rabiscar.
Senti meu peito mais leve
respirei com satisfação.

e apenas o que lhes peço
é que leiam
essa poesia
sem pretensão.

* Poetisa e contista

9 comentários:

  1. é o poema mais simples,mais singelo,mais puro e mais grandioso que já li.


    me surpreende sempre hein?! rsrsrs

    beijos

    Edu

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  2. Núbia

    li sem pretenção
    encheu-me de emoção
    Sem pretender ser, é muito mais

    Amei!

    Beijossss

    Van

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  3. Núbia com a sua peculiar modéstia, disse em seus versos singelos, mas comoventes sobre o Caboclo matuto da terceira estrofe.
    Estou também com os comentários acima.
    Parabéns, poetamiga.
    Abração do,
    José Calvino
    RecifeOlinda

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  4. Edu

    Van

    José Calvino

    Eu me sinto abraçada por vocês.
    Obrigado de coração.
    Beijos

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  5. Nubia, essa simplicidade, a humanidade contida no poema, tudo isso me fisgou. Lindo! Beijos!

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  6. Sayonara.
    Obrigado pelo comentário
    sempre generoso.
    Beijos

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  7. Homenagem justa e interessante num gostoso jogo de palavras.
    Reparo: " aprendeu que pode sonhar!"
    O poema está todo na primeira pessoa. Nesse verso não deveria estar também?

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  8. Que lindo poema, Núbia. Você conseguiu com simplicidade criar versos bonitos que têm a ver com o tema. Parabéns!
    Beijos

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  9. Mara


    Riso querida.


    Obrigado pelos comentários.
    beijos

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