sexta-feira, 28 de maio de 2010


Nossos preferidos

Caros leitores, boa tarde.
As preferências pessoais, seja de que natureza forem, têm que ser respeitadas, desde que elas não tentem nos impor seus gostos. O respeito tem que se recíproco. Podemos até criticar o que os outros gostam, mas reservadamente, com nossos botões. Até porque, não somos (ninguém é) árbitro infalível de “elegância”.
Há, até, um dito popular, em forma de pergunta, que diz: “O que seria do azul se todos gostassem só do amarelo?”. Pois é, há gosto para tudo. Para roupas, comidas, mulheres (e homens, logicamente, para elas), cores, paisagens e vai por aí afora. Não há, e nem deve haver, padrão para as nossas preferências.
Como já vivemos o clima da Copa do Mundo da África do Sul, propus-me a abordar, ao longo dos próximos cinqüenta dias, temas relacionados, de uma forma ou de outra, com futebol e literatura (não necessariamente nesta ordem). Considero uma curiosidade válida saber para qual clube determinados escritores torcem. E decidi começar aqui no nosso “quintal”, em nossa “casa” da internet, no Literário.
Dentre os nossos vinte ilustres colunistas (na verdade, dezenove, se não for considerado este editor, que exerce dupla função), conheço as preferências clubísticas de cinco, ou seja, de 25%. É que, em algum momento, deixaram escapar isso em algum texto. Como edito tudo o que é publicado aqui, fiquei atento a essas informações e posso revelá-las sem receio. Dos outros quinze, irei, somente, especular. Em alguns casos, acertarei e, em outros, errarei feio. Neste caso, o colunista tem toda a liberdade de fazer a devida retificação no espaço apropriado para comentários.
Nossa “seleção” (creio que tão boa ou até melhor do que a do Dunga) é dividida por Estados. O que tem maior representação é São Paulo, com seis colunistas. Vem a seguir, Minas Gerais, com cinco, seguido de Pernambuco, com quatro. O Rio de Janeiro teve seu quadro ultimamente reduzido, com as saídas do Daniel e da Celamar, a três representantes. Finalmente, fechando esse quadro, temos o Distrito Federal, o Rio Grande do Norte e o Rio Grande do Sul com um cada.
Comecemos pelos Estados que têm menor número de representantes. Brasília, até por ser aniversariante neste ano, ganha a preferência. Sua representante no Literário, Aliene Coutinho, na verdade é paraibana (certamente, com muito orgulho). Mas não deve torcer para times da sua terra natal, como o Treze ou o Campinense, ambos (rivais) de Campina Grande, ou pelo Botafogo, de João Pessoa. Seu time preferido, suponho, é o Brasiliense. É verdade que pode ser o Gama, mas aposto minhas fichas no primeiro.
A representante do Rio Grande do Norte é a Evelyne Furtado. Em Natal, há duas potências futebolísticas rivais, o América e o ABC. É verdade que corre por fora o Alecrim. Há os times do interior, mas acredito que ela torça por algum da capital. Vou arriscar meu palpite no “vermelhinho” de Natal. Está aí, acho que ela torce pelo América.
Já o Rio Grande do Sul (terra natal deste editor) é representado pelo Rodrigo Ramazzini. Deve gostar de algum dos dois clubes rivais de Porto Alegre (que conta, ainda, com dois menores). A rivalidade no Sul, entre Grêmio e Internacional, é uma das mais acirradas do País. Gremistas e colorados não se bicam. E afirmar que o torcedor de um deles torce pelo outro, chega a ser uma heresia. É complicado arriscar palpites, mas não ficarei em cima do muro. Aposto que o Rodrigo é colorado roxo (ou melhor, rubro, rubríssimo). Se não for... Será, certamente, zoado, pela torcida gremista.
Quanto ao Rio de Janeiro, conheço a paixão clubística de uma das colunistas. É isso mesmo, sei para quem a Núbia Nonato Araújo do Amaral torce. Ela faz parte da maior torcida do País, que engloba quase 40 milhões de brasileiros, o Flamengo. Esta foi fácil. Nem precisei arriscar palpite.
Já o Eduardo Oliveira Freire (nosso querido Dudu Oliva), discreto como é, nunca deu a menor pista sobre o time para o qual torce. Ainda assim, arrisco-me a afirmar que é o tricolor das Laranjeiras, o Fluminense. Deduzo isso do seu perfil, digamos, um tanto de elite. Não me surpreenderia, claro, se torcesse pelo Botafogo ou pelo Vasco. Mas não creio que seja flamenguista.
Já o Gustavo do Carmo... Deixe-me ver..., tem todo o jeitão de ser vascaíno. Não me parece que eu possa estar equivocado. Flamenguista é que não é. Há ligeira possibilidade de ser botafoguense, mas não creio. E nem que seja tricolor. A menos que me surpreenda e torça por algum time do interior.
Já Pernambuco tem quatro representantes. De mestre Urariano Mota conheço a preferência. Não faz muito, escreveu belíssima crônica (o que, aliás, é redundante, pois tudo o que ele escreve é belo e interessante), confessando sua paixão pelo “Leão da Ilha”, o Sport. Creio que a preferência do Talis Andrade seja idêntica. Nosso nobre poeta tem o jeitão de um torcedor rubro-negro.
Dos outros dois colunistas pernambucanos, não disponho de pistas a respeito. Suponho (notem bem, apenas suponho) que o Marco Albertim goste do time mais popular do Estado, mas que vive uma crise que parece não ter fim, o Santa Cruz. É isso. Vou cravar meu palpite no Santa.
Já o José Calvino... Tem o jeitão de gostar do Náutico. Aposto que seja torcedor do alvirrubro, do “Timbu” do Recife. Se não for, poeta amigo, me desculpe. Estou baseando meus palpites somente na intuição e esta, muitas vezes, tem me traído.
Minas Gerais tem cinco representantes, três dos quais da mesmíssima cidade: Montes Claros. A doutora Mara Narciso, acredito, seja torcedora do Cruzeiro. Ela prometeu um texto revelando sua paixão clubística. Ouso antecipar-me e “palpitar” que sua preferência seja o time estrelado. Já o Fernando Yanmar, até por questão de rebeldia (ah, essa juventude!), parece-me torcedor do Atlético Mineiro. Duvido que não seja. O Penninha, para mim, é cruzeirense. E dos mais assíduos e fiéis. O Eduardo Murta, representante de Belo Horizonte, embora nunca tenha revelado seu time, é torcedor do Atlético. Tem que ser! Afinal, escreveu (e publicou) o livro do centenário do Galo. Sei que um cruzeirense faria isso!!! Nem em sonho! Finalmente, a Sayonara Lino também deve torcer pelo Cruzeiro. Duvido que torça por alguma equipe de Juiz de Fora, o Tupi, por exemplo. Certamente, é estrelada de coração.
O predomínio é de São Paulo, com seis colunistas, sendo quatro da mesma cidade, Campinas. A Risomar Fasanaro, posto que pernambucana de nascimento, já se “apaulistou”. Deixou escapar, numa de suas crônicas, que é torcedora do Corinthians. Está em boa companhia. Integra o segunda maior torcida do Brasil. A Silvana Alves tem tudo para ser palmeirense (a menos que torça por algum time do Vale do Paraíba, o Guaratinguetá, por exemplo, que não fica longe de Lorena, onde reside).
Resta o quarteto campineiro. O Marcelo Sguassábia parece-me bugrino de quatro costados. Se não for, estou frito. Aqui em Campinas, a rivalidade entre Ponte Preta e Guarani é tão grande (se não for maior) que a de Porto Alegre, entre Inter e Grêmio. Mas vou arriscar: é bugrino mesmo. Assim como a Laís de Castro (perdoe-me, querida escritora, se eu estiver errado. É só um palpite meu e nada mais).
Restamos, no final, eu e o Renato Manjaterra. Ambos disputamos, palmo a palmo, a primazia para saber quem é mais pontepretano. Creio que seja covardia. Ganho fácil dele! Afinal, tenho de torcida pela Ponte Preta muito mais do que ele. Sou adepto da Macaca há exatos cinqüenta anos, ou seja, quase o dobro da idade do Renato. Ele diz que não tem nada a ver. E eu respondo: tem tudo. Quem está certo? Eu, evidentemente.

Boa leitura.

O Editor.

7 comentários:

  1. Ok Ok...ficou muito fácil pra ti.
    Me entendo por rubro negra desde os meus três aninhos. Culpa da minha mãe, mas pelo menos ela não ficava me ameaçando com um chinelo na mão
    para que eu fosse Vascaína.
    E se o que me revelou em time foi a rebeldia ah...que seja. Mengooooooooooo!
    beijos

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  2. Esse exercício de “adivinhação” é muito prazeroso. Fiquei imaginando o teu sorriso, Pedrão, ao escrever esse gostoso texto. Bom! Sobre a parte que me compete, devo-te dizer que, apesar do resultado de ontem na partida contra o Vasco, sou colorado, sim! Acertaste! Hehehhehehe
    Continue com esses editoriais primorosos que são verdadeiras lições.

    Tenha um ótimo final de semana!

    Aquele abraço – Rodrigo Ramazzini

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  3. Você é parada, Pedro!, rsrs
    Acertou em cheio, sou do Náutico desde pequeno.
    Bom final de semana para todaos.
    Abração do,
    Calvino

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  4. Eu sou Atleticana e a rebeldia de Fernando é ainda maior, pois não torce. Penninha é cruzeirense.
    Tenho um texto sobre a copa de 1982, mas sumiu. Caso não o encontre, vou reescrevê-lo.

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  5. Na mosca, Pedro, quando se refere ao time que amo. Na verdade, sou Sport desde que "me entendo de gente": desde a infância, acho que aos 6 ou 7 anos de idade.
    Penso que torcer por um time de infância é a maior fidelidade dos brasileiros.
    Abraço.

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  6. Lindo texto, Pedro. É...em SP torço pelo
    Corinthians e não resisto ao charme do Sport no Recife e do Flamengo, no Rio. E quando se enfrtentam? Fico fechada no quarto lendo...Rs
    Torcer por 3 times? Só pode ser coisa de quem não entende nada de futebol.
    Abraços

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  7. Hehehehe! Desculpa, mas o senhor errou. Sou flamenguista orgulhoso pelo título de hexa-campeão brasileiro. No entanto, também torço para o Botafogo. O Vasco é exatamente o meu time rival e me orgulho de nunca ter ninguém mais próximo na minha família que torce para o Vasco.

    Porém, a rivalidade termina no campeonato carioca. É porque na hora dos torneios nacionais é hora de torcer pelo futebol carioca, independente do clube. A rivalidade só volta se houver disputa particular entre os quatro grandes do Rio dentro do campeonato brasileiro. Se a disputa for com times de outros estados, principalmente de São Paulo, aí eu torço pelo melhor carioca, mesmo que seja o Vasco.

    E antes que protestem por eu ter nomeado o Flamengo hexa-campeão brasileiro, quero dizer que eu não deixo de reconhecer o título do Sport em 1987, junto com o Flamengo.

    Naquele ano, o Flamengo foi campeão brasileiro, sim, mas o Sport merece ser considerado supercampeão, pois aquele quadrangular imprevisto que a CBF inventou no meio do campeonato nada mais é que uma espécie de Supercampeonato, vencido, aí sim, pelo Sport.

    O Flamengo só não é reconhecido campeão de 1987 por questões políticas.

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