

A informação especializada
* Por Mara Narciso
Profissões novas surgem e as antigas abrem espaços mostrando seu caminho, dessa maneira formam-se públicos específicos que demandam necessidades informativas que vão além da superficialidade. O noticiário de televisão cumpre o papel da informação básica, mas o telespectador pode ficar insatisfeito. Daí busca em outras fontes o refinamento sobre o que está acontecendo, as suas causas e consequências.
O mercado oferece o que o público pede. Como há públicos necessitando de maior detalhamento, é preciso que quem os informa tenha esse conteúdo, e assim surgiu o jornalista especializado nas diversas áreas de conhecimento. Quem não acompanhar a tendência, que logo vira exigência, perde espaço.
O jornalista generalista terá garantido o seu lugar de apurar a notícia. Pessoas a cada dia mais ávidas pela informação, necessidade esta que não sabemos se foi criada pela mídia, têm a sensação de estar perdendo o melhor, e por mais que saibam, ainda assim, sentem precisar saber mais. Essa aflição angustia as pessoas. Isso é bom? É ruim? Cada um deveria saber de si.
O profissional que entende de todos os assuntos aventura-se em ramos específicos em caso de necessidade, como a cobertura de eventos nacionais ou regionais, fazendo um serviço razoável, mas se há um jornalista especializado no tema em questão, a informação agradará a curiosidade geral, mas também aos que buscam uma informação mais profunda, algumas vezes quase científica. Quem é do ramo nota logo quando quem redigiu o texto não entende sobre o que escreveu. Assim, para quem sabe um pouco mais, o veículo perde credibilidade.
Há em curso a necessidade de saber mais sobre cada vez menos, em todas as profissões e ramos do saber. A produção de conhecimento é de tal monta e em tal velocidade construída, que precisamos estudar muito. Temos uma sensação de ignorância permanente diante da velocidade dos acontecimentos. Os dogmas são derrubados, e afirmações absurdas são edificadas, nos fazendo ir dormir convictos e acordar perdidos em questionamentos. O caminho poderá nos ser mostrado por profissionais capacitados a nos apresentar dados concisos e perfeitamente apurados. A verdade pode nos acalentar ou nos desesperar, mas ao menos a confiabilidade não estará posta à prova.
Os nossos estafados neurônios não têm capacidade para reter tanto quanto gostaríamos. Alguns buscam turbiná-los com substâncias químicas para assim reduzir a sensação de incapacidade: um típico problema para a medicina debruçar-se, e até o momento sem solução à vista.
*Médica endocrinologista, acadêmica do sétimo período de Jornalismo, e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”
* Por Mara Narciso
Profissões novas surgem e as antigas abrem espaços mostrando seu caminho, dessa maneira formam-se públicos específicos que demandam necessidades informativas que vão além da superficialidade. O noticiário de televisão cumpre o papel da informação básica, mas o telespectador pode ficar insatisfeito. Daí busca em outras fontes o refinamento sobre o que está acontecendo, as suas causas e consequências.
O mercado oferece o que o público pede. Como há públicos necessitando de maior detalhamento, é preciso que quem os informa tenha esse conteúdo, e assim surgiu o jornalista especializado nas diversas áreas de conhecimento. Quem não acompanhar a tendência, que logo vira exigência, perde espaço.
O jornalista generalista terá garantido o seu lugar de apurar a notícia. Pessoas a cada dia mais ávidas pela informação, necessidade esta que não sabemos se foi criada pela mídia, têm a sensação de estar perdendo o melhor, e por mais que saibam, ainda assim, sentem precisar saber mais. Essa aflição angustia as pessoas. Isso é bom? É ruim? Cada um deveria saber de si.
O profissional que entende de todos os assuntos aventura-se em ramos específicos em caso de necessidade, como a cobertura de eventos nacionais ou regionais, fazendo um serviço razoável, mas se há um jornalista especializado no tema em questão, a informação agradará a curiosidade geral, mas também aos que buscam uma informação mais profunda, algumas vezes quase científica. Quem é do ramo nota logo quando quem redigiu o texto não entende sobre o que escreveu. Assim, para quem sabe um pouco mais, o veículo perde credibilidade.
Há em curso a necessidade de saber mais sobre cada vez menos, em todas as profissões e ramos do saber. A produção de conhecimento é de tal monta e em tal velocidade construída, que precisamos estudar muito. Temos uma sensação de ignorância permanente diante da velocidade dos acontecimentos. Os dogmas são derrubados, e afirmações absurdas são edificadas, nos fazendo ir dormir convictos e acordar perdidos em questionamentos. O caminho poderá nos ser mostrado por profissionais capacitados a nos apresentar dados concisos e perfeitamente apurados. A verdade pode nos acalentar ou nos desesperar, mas ao menos a confiabilidade não estará posta à prova.
Os nossos estafados neurônios não têm capacidade para reter tanto quanto gostaríamos. Alguns buscam turbiná-los com substâncias químicas para assim reduzir a sensação de incapacidade: um típico problema para a medicina debruçar-se, e até o momento sem solução à vista.
*Médica endocrinologista, acadêmica do sétimo período de Jornalismo, e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”
Tudo muito bem observado, cara Mara, mas desconfio que as exigências de conhecimento chegam já a tal monta que apenas as máquinas podem corresponder; afinal, qualquer computadorzinho sai, hoje, de fábrica com um 'hd' repleto de dicionários em vários idiomas, enciclopédias, a nova ortografia e mais a capacidade de traduzir textos realizar os cálculos mais mirabolantes. A nós, sobrou a frustração. O homem está em vias de se tornar obsoleto ou exagero?
ResponderExcluirOuvi dizer que todo o conhecimento médico caduca completamente a cada 7 anos. Ou seja, um médico precisaria "regraduar-se" pra continuar up-to-date. Não sei se procede.
ResponderExcluirOutra coisa que li há algum tempo: a figura do autodidata está voltando com força, pois não há tempo para que as universidades assimilem o conhecimento, empacotem e transmitam. Quando isso acontece, o conhecimento já está velho. Ganhará a guerra quem conseguir "pinçar" na rede o que é mais importante e revertê-lo em proveito próprio. A informação é o ouro do século 21. Triste competitividade, triste homem se tempo. Muito lúcido o seu texto, Mara.
Daniel,
ResponderExcluirSinto que fomos passados para trás. Ninguém decora um mísero número de telefone, e para uma dúvida imediata, é só ir ao Google. Quando alguém me diz que gosto de estudar, digo que gosto de saber, no entanto nem isso posso afirmar em nenhum momento.
Marcelo,
Li que o conhecimento humano dobra a cada dois anos. Quem consegue acompanhar? Precisaremos de dois cérebros para termos uma pálida ideia de quase tudo. Melhor abaixarmos a bola e entendermos que a angústia da ignorância ocupa espaço em nossa mente. Melhor deixá-la de lado, escolher um caminho e estudar cada dia mais.
Obrigada pelos comentários.
Calma, gente. Com essa coisa de clonagem, vamos combinar assim: colocamos nosso dublê pra estudar, trabalhar, enfrentar fila de banco, decorar fórmulas matemáticas e achados científicos. E nós, felizes, vamos cuidar do amor e de passear pelo mundo. O que acha, Mara?
ResponderExcluirPois é Eduardo, essa lado lúdico está a cada dia mais abandonado, e ocupando apenas míseras horas em nossa vida.
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