sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Pílulas literárias 255



* Por Eduardo Oliveira Freire



O NOVO E O VELHO

Meia-noite, alguém bate na porta. É um menino e diz que é o Ano Novo. Quem atende é um senhor que responde ser o Ano Velho. Então, o ancião deseja para o menino boa sorte e vai embora. O menino entra na casa.

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CARTÃO ANTIGO DE NATAL

Remexendo em objetos antigos, empoeirados e escondidos no armário, encontrei um cartão: Tenha um feliz natal e desejo muito que se encontre um dia”. Nem me lembrava mais da mensagem, talvez não tivesse dado a devida importância. Mas, agora, ela me faz todo o sentido. Pois é, mãe, ainda estou na minha jornada de me achar. Porém, já me conheço melhor. Além do mais, sei que você está lá do céu, velando por mim.

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FELIZ ANO NOVO

Lauro quando começou a escrever seus projetos para o ano que chegava, sentiu que já fazia isso por vários anos. Mesmo que os planos fossem diferentes, os sentimentos e pensamentos eram os mesmos. Deletou o que começava a escrever e olhou fixamente a página do Word em branco. A imagem de um ovo brotou na sua consciência e decidiu que buscaria ter outro olhar em relação às coisas, para viver o verdadeiro novo e não mais o velho disfarçado de novo. Quando o ano novo chegou com os fogos de artifício, Lauro se deslumbrou com tudo como se fosse um bebê.
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VÉSPERA DO ANO NOVO

Algo em mim quer partir com ano velho. Não quero deixá-lo ir, mas ele precisa. Está bem idoso. Um ovo surge em seu lugar e está rachando, o mistério do futuro me ronda. Sempre quero fugir, mas o tempo é implacável. Quer saber de uma coisa, comerei uma rabanada! Alguém servido? Antes que me esqueça, feliz ano novo.

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FELIZ ANO NOVO, FILIPE!

- Foi engano, não tem ninguém com este nome.
-Tudo bem. FELIZ ANO NOVO, Francisco.
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AMIGO OCULTO

Por anos, recebeu um presente de um anônimo e que sempre escrevia o mesmo bilhete: “Receba minha lembrança com carinho, gosto muito de você”. Em qualquer lugar do mundo onde estivesse, recebia o presente do seu amigo oculto. Nunca descobriu quem foi.
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FELIZ ANO NOVO

solitário diz aos seus gatos na sala; bandido diz, apontando a arma para o casal que caminhava numa rua deserta; com um olhar, o homem diz, ao ver a mulher e o bebê dormirem profundamente na poltrona da sala; filha diz ao pai inerte na cama; amigo diz ao outro, interrompendo uma briga de muitos anos; ele, o mar, diz através de suas águas para os esperançosos.

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* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



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